As doenças autoimunes podem acometer qualquer pessoa e, frequentemente, se tem mais de uma ao mesmo tempo. Um exemplo famoso é o do cantor Michael Jackson, que enfrentou o desafio de conviver com vitiligo e lúpus. Mas o que são essas doenças?
As doenças autoimunes, segundo estimativas, afetam cerca de um em cada dez indivíduos e ocorrem quando o sistema imunológico, que deveria proteger o corpo contra invasores externos, como vírus e bactérias, começa a atacar as próprias células e tecidos saudáveis.
Essas condições podem afetar pessoas de todas as idades e grupos, sem distinção de sexo ou etnia. Estima-se que mais de 30% da população mundial tenha uma doença autoimune sem saber, devido à variedade de sintomas e à dificuldade no diagnóstico. No Brasil, embora não existam números exatos, fala-se em cerca de 65 mil pessoas com lúpus, a maioria mulheres.
Além do lúpus e do vitiligo já citados, existem mais de 80 doenças autoimunes descobertas, como esclerose múltipla, artrite reumatoide, psoríase, diabetes tipo 1, doença celíaca, tireoidite de Hashimoto e doença de Crohn. E um novo estudo britânico, publicado no The Lancet, que analisou dados de 22 milhões de pessoas, confirmou que algumas dessas enfermidades tendem a se agrupar, ou seja, uma pessoa com uma primeira condição autoimune tem maior probabilidade de desenvolver uma segunda.
Quando uma pessoa é diagnosticada com três ou mais dessas doenças, a condição é conhecida como Síndrome Autoimune Múltipla (SAM). Os cientistas estão investigando as razões pelas quais algumas pessoas desenvolvem múltiplas doenças autoimunes, e já se sabe que fatores genéticos e ambientais estão ligados a esses distúrbios.
Felizmente, a medicina tem avançado significativamente no tratamento dessas doenças. Além das terapias tradicionais, que incluem imunossupressores e anti-inflamatórios, os remédios biológicos representam uma nova fronteira no cuidado dos pacientes. Esses medicamentos são projetados para interferir em partes específicas do sistema imunológico, reduzindo a inflamação e prevenindo os ataques autoimunes com maior precisão.
Esses tratamentos biológicos têm mostrado grande eficácia em controlar os sintomas de várias doenças autoimunes, proporcionando aos pacientes uma qualidade de vida muito melhor do que a possível com as terapias mais antigas. No entanto, como o sistema imunológico é complexo, o tratamento com medicamentos biológicos deve ser cuidadosamente monitorado por um especialista, para garantir que seja seguro e eficaz para cada paciente.
A conscientização sobre a complexidade das doenças autoimunes e o acesso a tratamentos modernos são fundamentais para melhorar o prognóstico e o bem-estar dos indivíduos afetados. E, à medida que a pesquisa avança, as opções de tratamento continuarão a evoluir, oferecendo mais qualidade de vida e novas possibilidades para milhões de pessoas em todo o mundo que vivem com essas condições desafiadoras.
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