Os exames apresentados pela defesa do presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF) mostram que o chefe do Poder Executivo não estava infectado pelo novo coronavírus na época dos testes. O presidente entregou exames com codinome (Airton Guedes e Rafael Augusto), mas o CPF, o RG e os documentos informados nos papéis são de Bolsonaro.
Os exames foram divulgados depois de o jornal "O Estado de S. Paulo" entrar com uma ação no STF, para obrigar que informação fosse divulgada para a sociedade brasileira em nome do interesse público em torno da saúde do presidente. A Justiça Federal de São Paulo e o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) garantiram ao "Estadão" o direito de ter acesso aos documentos.
O site do Estadão publicou, nesta terça, os laudos. Dos três exames, dois foram feitos no Sabin e um no Fiocruz.
Para o advogado do "Estadão" Afranio Affonso Ferreira Neto, mais do que a liberdade de expressão e o direito de informar, trata-se do direito a receber informação. Um direito que não é titulado pela imprensa, mas pela coletividade, afirmou Ferreira Neto.
No mês passado, o presidente disse que era prática corriqueira o uso de codinome para fazer exames. Eu sempre falei com o médico: Bote o nome de fantasia porque pode ir pra lá, Jair Bolsonaro já era manjado, principalmente em 2010, quando comecei a aparecer muito, né. Alguém pode fazer alguma coisa esquisita. Em todo exame que eu faço tem um código, afirmou Bolsonaro em entrevista à imprensa.
Em 2010, no entanto, o presidente ainda ocupava o cargo de deputado federal, sem chegar à Presidência da República e governar todos os brasileiros.
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