Publicado em 27 de junho de 2023 às 17:52
BRASÍLIA - O coronel do Exército Jean Lawand Júnior levou à CPI do 8 de janeiro uma lista de orientações, incluindo "não aloprar" e fazer uma "cara serena". A "cola" sugere ainda: alimentar, não gesticular, "sem cagoete", não perca emocional, mãos juntas e oração.>
O militar depõe à CPI nesta terça-feira (27) na condição de testemunha. A ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia entendeu que ele deveria comparecer à sessão, mas poderia ficar em silêncio, se quisesse, para não produzir provas contra si mesmo.>
As instruções de Lawand Júnior estão fixadas na parte interna de uma pasta preta levada por ele à comissão. Ao longo do depoimento, o militar recorreu a papéis que estavam dentro e recebeu orientações de seus advogados por meio de bilhetes.>
O coronel entrou na mira da CPI que investiga a invasão aos Três Poderes após o relatório da Polícia Federal sobre o celular do principal ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), coronel Mauro Cid.>
>
Lewand é o principal interlocutor de Cid nas mensagens destacadas pela PF e insistentemente pede ao então ajudante de ordens para orientar Bolsonaro a dar um golpe contra a democracia: "Convença o 01 a salvar esse país!", escreveu em uma das conversas.>
Em depoimento, Lawand Júnior negou que sugeria a Cid que Bolsonaro desse um golpe de Estado. As declarações irritaram os deputados federais e senadores e fizeram com que parte deles pedisse a prisão do depoente.>
Lawand Júnior também foi questionado sobre o fato de ter ido à CPI de terno e gravata. O coronel respondeu que decidiu não usar a farda militar por iniciativa própria – e não por orientação do Exército.>
"Eu não estou fardado hoje porque reitero que as mensagens trocadas com o tenente-coronel Cid foram do cidadão Jean com o cidadão Cid", disse. "Não [recebi orientação], foi iniciativa minha. Eu vim à paisana para caracterizar bem que era o coronel.">
Também militar da ativa, o general Gustavo Henrique Dutra, ex-chefe do CMP (Comando Militar do Planalto), prestou depoimento à CPI da Câmara Legislativa em maio fardado. O coronel da Polícia Militar do Distrito Federal Jorge Eduardo Naime também estava com a farda da corporação nesta segunda (26).>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta