O relógio ainda marcava 6h30 quando os primeiros eleitores chegaram para votar na Escola Estadual Maria José, na Bela Vista, região central de São Paulo, neste domingo (29), segundo turno das eleições municipais. Neste ano, as urnas começaram a receber os votos às 7h, uma hora mais cedo que em outras eleições, para diminuir o risco de contaminação pelo novo coronavírus.
A ampliação do expediente eleitoral visava dar preferência especialmente a pessoas com mais de 60 anos, mas eles não foram os únicos a chegar cedo. O vigilante Ailton do Carmo, 50, encabeçava a fila.
Ele aproveitou para votar depois de terminar o trabalho do dia, numa rua próxima ao colégio. "Só passei na padaria para comer algo e vim. Como moro em Itaquera, era mais fácil vir logo. Dei sorte com esse horário novo", afirmou. Foi o primeiro a sair do colégio.
O comerciante So Sing, 59, também estava no começo da fila. Chegou cedo, diz, para ficar livre e aproveitar o resto do domingo. "Esse horário é bem melhor."
Por volta das 6h40, o primeiro idoso chegou à escola --antes dele, seis pessoas já aguardavam a abertura do portão. Apesar de já poder não votar, o aposentado Roberto Barroso, 72, não quis perder o compromisso: levantou cedo e foi ao colégio para evitar um horário que tivesse aglomeração.
"Sempre gostei de me cuidar, por isso vim nesse horário", diz ele, mostrando a sacolinha com a caneta e o álcool gel, itens básicos da votação em tempos de Covid-19.
Às 7h, quando a entrada foi liberada, a fila de eleitores já passava de 50 pessoas, muitas delas com menos de 60 anos.
"A maior vantagem dessa hora é que é muito mais tranquilo", afirma a aposentada Severa da Cunha, 70. Ela diz que sempre costuma votar no período da manhã, e o horário preferencial para os idosos, que vai até as 10h, facilitou a vida, diminuindo o contato com mais pessoas.
O aposentado Yolando Gonçalves, 80, também preferiu a reserva de horário. "É melhor porque organiza muito bem as pessoas", afirma. O zelador José Vieira, 63, queria mais: "Por mim, seria ainda mais cedo", diz ele, que depois de votar foi direto para o trabalho, dessa vez com mais calma que em outros anos de eleições.
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