Após fechar as fronteiras terrestres do Brasil para mais oito países nesta quinta-feira (19) o governo Jair Bolsonaro decidiu restringir os acessos ao território nacional por ar. A partir da próxima segunda-feira (23) também fica proibido, com algumas exceções, o desembarque em aeroportos brasileiros de estrangeiros vindos da União Europeia e China, segundo apurou o jornal "O Estado de S.Paulo".
O "Estadão" também revelou nesta quinta-feira que nos aeroportos internacionais de Brasília e Guarulhos, por onde passam diariamente 165 mil pessoas, não tem sido feita triagem ou sequer verificação mais cuidadosa da situação dos passageiros que chegam de países mais afetados pelo coronavírus. A medida que vai restringir a entrada de estrangeiros pelos terminais deve valer a partir de zero hora do dia 23. Os brasileiros terão passe livre.
As restrições envolvendo as fronteiras terrestres (Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana Francesa, Guiana, Paraguai, Peru e Suriname, além da Venezuela, que já havia sido anunciada) não atingem brasileiros (nascidos por aqui ou naturalizados), imigrantes com residência definitiva no território nacional e profissionais estrangeiros que atuam em organismos internacionais. Também não afeta a circulação de mercadorias (o transporte rodoviário de cargas) nem ações humanitárias. Há uma preocupação de integrantes do governo de que medidas como essa podem impactar ainda mais a economia brasileira.
O Uruguai não foi atingido pelas restrições neste momento porque o Palácio do Planalto está buscando um acordo bem costurado com o presidente Luis Lacalle Pou. "Não fechamos apenas com Uruguai estamos em comum acordo de fazer algo de alguma maneira que interesse aos dois países", afirmou Bolsonaro, em live transmitida na noite desta quinta-feira no Facebook.
Bolsonaro destacou ainda que o trabalho de todos os países agora é alongar a curva da infecção. Se for muito rápida (a curva de infecção) não temos meios de atendê-los com hospitais, equipamento, UTIs, disse o presidente.
A restrição à entrada no Brasil por rodovias está prevista inicialmente para um período de 15 dias, que pode ser prorrogado se houver recomendação técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesse sentido. O descumprimento das novas regras levará à deportação imediata, além da responsabilização civil, administrativa e penal.
Ao longo da tarde desta quinta, a Polícia Federal e o Exército realizaram reuniões em diversos Estados para preparar o cumprimento da determinação. Na região da Tríplice Fronteira, Foz do Iguaçu (PR), onde o Brasil tem postos de separação com Argentina e Paraguai, a Receita Federal também deverá auxiliar na operação de fechamento.
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