O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que a pasta ainda não pode orientar um uso amplo da cloroquina em casos de coronavírus, mas ressaltou que os médicos têm autonomia para receitar o medicamento e devem se responsabilizar pela prescrição.
O presidente Jair Bolsonaro avaliou demitir Mandetta para substituí-lo por um nome técnico que seja defensor da utilização da substância, sobre a qual Bolsonaro tem repetidamente insistido.
No momento, disse Mandetta, já há protocolo para disponibilizar o medicamento para pacientes de gravidade média e avançada.
"A prescrição médica no Brasil, a caneta e o CRM do médico, está na mão dele. Se ele quiser comunicar o paciente dele, 'olha, não tenho nenhuma evidência, acho que poderia usar esse medicamento, com tal risco, pode ter isso, e se ele se responsabilizar individualmente, não tem óbice nenhum", completou o ministro em entrevista à imprensa nesta terça-feira (7) em Brasília.
"Mas para que nós possamos, no Ministério da Saúde, assinar que o Ministério da Saúde recomenda que se tome essa medida, precisamos de um pouco mais de tempo para saber se isso pode ser considerado uma coisa boa ou se tem efeito colateral."
Mandetta disse que solicitou ao CFM (Conselho Federal de Medicina) que reúna manifestações e observações sobre o uso, mesmo que verbais. "E o Conselho Federal de Medicina é quem fala ok ou não ok", disse.
Ainda não há pesquisas suficientes que permitam o uso sem riscos da cloroquina nos casos de coronavírus. A doença já matou ao menos 667 pessoas no país até esta terça-feira, segundo balanço do Ministério da Saúde.
Mandetta afirmou que há nove estudos clínicos sobre o uso da cloroquina e outras substâncias no país. Os resultados preliminares devem sair a partir de 20 abril, segundo o ministro.
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