O Conselho Federal de Medicina (CFM) lançou nesta segunda-feira, 30, um canal de denúncias para médicos sobre falta de equipamentos de proteção, infraestrutura precária para atendimento e outras irregularidades que podem ocorrer em unidades do SUS e da rede privada durante a pandemia da covid-19
A entidade liberou em seu site um formulário para denúncia. A ideia é gerar relatórios para serem distribuídos entre os conselhos regionais e tentar resolver os problemas com autoridades locais.
"Não é de agora que a entidade vem elaborando inúmeras notas técnicas sobre as fragilidades no atendimento. Neste momento, onde temos uma pandemia que parece se disseminar facilmente, a preocupação aumenta", disse o diretor de Comunicação do CFM, Hideraldo Cabeça.
O formulário tem campos específicos sobre acesso de equipamentos de proteção obrigatória, que são máscaras e luvas (de diferentes tipos), avental, gorro, óculos e protetor facial. O médico também poderá apontar a falta de insumos para higienização e desinfecção, como álcool gel.
A plataforma permite ainda relatar carências em espaço de atendimento, como falta de leitos de internação, ou até mesmo assédio moral e subnotificação de casos que chegam ao atendimento de saúde, segundo o CFM.
A notificação será georreferenciada. Ou seja, o conselho poderá saber exatamente onde está a unidade de saúde para levar a denúncia para as autoridades competentes.
O conselho aponta preocupação com cenários vistos em outros países, como na Itália, onde há afastamento de profissionais de saúde por suspeita ou contaminação da covid-19.
O jornal O Estado de S. Paulo revelou um apelo dramático do governo italiano para liberação de 2 milhões de máscaras que estavam bloqueadas no Brasil. "Os hospitais trabalham há dois dias sem, repito, sem máscaras e começamos a contar mortos entre as heroicas equipes médicas de todas as categorias que trabalham contra a epidemia", escreveu o embaixador italiano Francesco Azzerello a ministros do governo brasileiro.
Na semana passada, a Associação Nacional de Hospitais Privados informou ao Estado que há unidades da rede privada com até 10% da equipe já afastada.
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