O presidente Jair Bolsonaro voltou a minimizar nesta sexta-feira (20) a gravidade do coronavírus e afirmou que só fará um novo exame para saber se foi contaminado caso haja recomendação do médico da Presidência da República.
Em entrevista à imprensa, na qual vestia uma máscara cirúrgica, o presidente lembrou que sobreviveu a uma facada na campanha eleitoral de 2018 e disse que não vai ser uma "gripezinha" que irá derrubá-lo.
"Depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar, não. Se o médico ou o ministro me recomendar um novo exame, eu farei. Caso contrário, me comportarei como qualquer um de vocês aqui presentes", afirmou.
O presidente realizou dois testes, um no dia 12 e o outro no dia 17. Nas redes sociais, ele informou que ambos deram negativo, mas não mostrou documento formal das análises.
A "Folha de S.Paulo" solicitou à Secom (Secretaria Especial de Comunicação) da Presidência da República cópia do exame em duas oportunidades, mas não obteve resposta.
Até o momento, mais de 20 integrantes da comitiva presidencial que viajaram aos Estados Unidos no início deste mês foram diagnosticados com a doença.
Nesta sexta-feira, o presidente ressaltou que é uma pessoa especial pela função pública que ocupa e ressaltou que os exames de seus familiares também deram negativo.
"Eu sou uma pessoa especial pela função que eu ocupo, obviamente. Mas fiz dois exames, minha família fez também e deu negativo. Se o medico da Presidência da República e até o ministro da Saúde, a quem eu sou subordinado a essa questão, achar que eu devo fazer um novo [exame], sem problema nenhum", afirmou.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, também presente na entrevista, disse que o resultado de um exame médico é uma questão íntima e que interessa apenas ao paciente.
"Os exames do paciente são do paciente. O seu exame e o seu prontuário são da sua intimidade. A gente não faz divulgação do exame nem seu, nem meu, nem de ninguém", disse. "Se tiver positivo ou negativo, cabe a ele, presidente, ou ao seu medico comunicar", emendou.
Ele ressaltou que teve a informação de pessoas que têm invadido a rede de laboratórios que testam o coronavírus para tentar acessar o prontuário de autoridades e famosos. O ministro classificou a iniciativa como "meio mórbida".
"Tem gente procurando saber, parece uma coisa meio mórbida, entrando dentro de sistemas de computador de laboratórios para saber nomes de pessoas públicas que eventualmente tenham feito exames. Isso tem de ter limite", ressaltou.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta