O Brasil possui apenas duas linhas férreas de longa distância que realizam viagens de passageiros – e uma delas está, justamente, no Espírito Santo. Com um total de 664 km de extensão, a viagem na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) só perde para a da Estrada de Ferro de Carajás (EFC), que liga os estados do Maranhão e do Pará.
O trajeto entre a Grande Vitória e Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, leva cerca de 13 horas. O trem passa por 42 municípios, sendo que seis deles são capixabas: Baixo Guandu, João Neiva, Ibiraçu, Fundão, Colatina e Cariacica – onde fica a Estação Pedro Nolasco, ponto final ou inicial do percurso. Ao todo, são 30 pontos de embarque e desembarque.
Única locomotiva turística de longa distância que realiza viagens diárias no país, ela transportou cerca de 437 mil passageiros em 2021. Diariamente, um trem parte às 7h de Cariacica; enquanto outro sai da capital mineira às 7h30. As chegadas são previstas para as 20h10 e 20h30, respectivamente.
Com os mesmos valores cobrados em alta e baixa temporada, a passagem para todo o trajeto na classe econômica custa R$ 73 e, na classe executiva, R$ 105. Também é possível percorrer apenas parte dessa distância, por bilhetes, consequentemente, mais baratos. A viagem de Cariacica até Aimorés (MG), no limite com Baixo Guandu, por exemplo, sai por R$ 32.
Com um trecho inicial inaugurado em 13 de maio de 1904, a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) foi totalmente duplicada durante a década de 1970. Atualmente, ela é utilizada principalmente para o transporte de minério de ferro, tendo transportado 74 milhões de toneladas do produto em 2021, além de 21 milhões de toneladas de cargas como soja, milho e calcário.
O TREM DE CARAJÁS
No Brasil, a mais longa linha de trem que faz viagens de passageiros liga as cidades de São Luís (MA) e Parauapebas (PA), no Nordeste. Ao todo, os trilhos percorrem uma distância de 861 km, passando por 27 cidades, três delas paraenses. A viagem completa dura 16 horas e acontece três vezes por semana em cada sentido.
Construída no século passado, a linha férrea começou a ser operada em 1985 para fazer o transporte de carga, especificamente o minério de ferro. No ano seguinte, a viagem de passageiros teve início. Antes da pandemia, o trem levava cerca de 300 mil pessoas por ano. Para o trajeto inteiro, a passagem custa R$ 85 na classe econômica e R$ 160 na executiva.
OUTRAS VIAGENS TURÍSTICAS DE TREM NO BRASIL
São Paulo é um dos Estados que mais têm viagens turísticas de trem no Brasil. Destaque para a maria fumaça, que liga os municípios de Campinas e Jaguariúna; e para a rota da Região de Campos do Jordão – famosa pelo turismo de inverno. Há ainda percursos que saem da capital e integram o sistema de transporte metropolitano (CPTM).
Já Minas Gerais tem outras viagens ferroviárias, além da EFVM. Em solo mineiro, chama atenção os trajetos que passam por cidades históricas como Tiradentes, Ouro Preto e São João del Rei. Em Santa Catarina, as linhas também têm caráter histórico e o maior trilho chega a cerca de 160 km de extensão.
Vizinho, o Rio Grande do Sul tem algumas linhas de trem de passageiros – uma delas fica na divisa com Santa Catarina. Outra atravessa cidades de cultura italiana, como Garibaldi e Bento Gonçalves. Já o Estado do Paraná possui o trem de Curitiba-Morretes, inaugurado no século XIX, que passa pela serra do mar local.
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