Fortes tempestades podem vir acompanhadas de raios, relâmpagos e trovões. As descargas elétricas são fenômenos naturais que representam um risco à vida. Segundo dados levantados pelo Ministério da Saúde, por meio do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) a pedido de A Gazeta, de 2000 até 2021, foram notificados 20 óbitos por queda de raios no Espírito Santo.
No ano 2000 foram notificados quatro óbitos, sendo dois no município Mucurici, um em Linhares e outro em Nova Venécia. Já em 2001, foram três mortes, sendo uma em Água Doce do Norte, uma em Apiacá e uma em Atílio Vivácqua. No ano de 2002 também foram 3 óbitos. Um na cidade de Aracruz, um em Ibitirama e o terceiro em Nova Venécia.
A lista com mortes por raios no ES de 2000 a 2021
- 2000 - Mucurici (2), Linhares e Nova Venécia
- 2001 - Água Doce do Norte, Apiacá e Atílio Vivácqua
- 2002 - Aracruz, Ibitirama e Nova Venécia
- 2003 - Presidente Kennedy
- 2004 - Cariacica
- 2005 - Vila Valério
- 2006 - Afonso Cláudio
- 2008 - Aracruz
- De 2009 até 2014 - sem registro de óbitos
- 2015 - São Mateus
- 2016 - Cachoeiro de Itapemirim
- 2018 - Ecoporanga
- 2019 - Cariacica
- 2021 - Pinheiros
- Nos anos de 2007, 2017 e 2020, o SIM, do Ministério da Saúde, não foi notificado com mortes por raios no ES
Mais raios no ES
Um levantamento inédito divulgado pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Elat/Inpe), mostrou que de janeiro a outubro deste ano caíram no Espírito Santo 692.031 raios. A quantidade já ultrapassou todo o ano passado. Em 2022, foram 640.198. Já são 51.833 raios a mais, segundo o Elat.
A causa para o expressivo aumento, segundo Osmar Pinto Junior, coordenador do Elat/Inpe, são as mudanças climáticas intensificadas nas últimas décadas.
“Nós estamos vivendo as consequências do aquecimento global. O aumento da temperatura e a intensificação dos fenômenos climáticos como o 'El Ninõ' é uma tendência para os próximos anos e o aumento da queda de raios é uma das consequências, assim como as ondas de calor e as tempestades mais fortes. A expectativa é que o Espírito Santo registre um aumento de 40% do número de raios até o fim deste século”, explicou.
Relembre os casos
A reportagem buscou nos arquivos da Rede Gazeta quais mortes foram noticiadas pelo jornal e site A Gazeta. Foram três, o caso no município de Afonso Cláudio, de Cariacica e uma morte em Pancas, ocorrida no ano de 2021 e que não foi listada no levantamento do Ministério da Saúde.
No dia 28 de março de 2006, o jornal A Gazeta noticiou a morte de Edgar Brandeberg, de 18 anos, atingido por um raio enquanto estava sentado em um bar aguardando uma chuva forte passar. O caso aconteceu na zona rural de Afonso Cláudio. O jovem teria dito: "Meu deus, acertou um negócio em mim". Logo depois, colocou as mãos na cabeça e caiu. O laudo da perícia apontou que a causa da morte foi um edema pulmonar. Veja a notícia:
Treze anos depois, no dia 21 de fevereiro 2019, Joel Pereira Barbosa, de 42 anos, morreu após ser atingido por uma descarga elétrica na Rodovia Leste-Oeste, em Cariacica. Testemunhas afirmaram na época que a vítima caminhava na companhia de outro homem, que desmaiou e foi encaminhado para o hospital consciente. A morte de Joel foi constatada no local.
Já no dia 8 de março de 2021, o site A Gazeta noticiou que um morador de Pancas, no Noroeste do Espírito Santo, morreu ao ser atingido por um raio. A morte de Marcos Teone Barbosa da Costa, de 46 anos, foi confirmada pela Defesa Civil Estadual na época. O homem estava na varanda da casa, mexendo no celular carregando na tomada, quando recebeu a descarga elétrica. Ele teve uma convulsão e foi a óbito em casa.
Como se prevenir
Osmar Pinto Júnior também faz um alerta para quem gosta de se aventurar em trilhas e pontos turísticos localizados em altas altitudes. O ideal, segundo ele, é ficar atento às previsões meteorológicas e aos sinais de mau tempo.
"Se tiver previsão de chuva forte, cancele o passeio. Se não houver, já que as previsões meteorológicas também erram, há alguns sinais que precisam ser observados, como, por exemplo: céu claro ou escuro, ar muito gelado, chuva fraca e trovões. Em todos esses casos, o melhor é adiar a aventura", orientou o coordenador.
O especialista afirma que 20% das mortes causadas por queda de raios ocorrem dentro de casa. Por isso, a recomendação é evitar encostar em objetos que estejam em contato com a rede elétrica, como um celular carregando, e não ficar em janelas.
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