Devido à frequência com que ondas de calor passaram a atingir o Brasil, um fenômeno no mínimo curioso também começou a chamar atenção: logo após (ou até durante) dias de altas temperaturas, não é raro observar queda de granizo em algumas localidades. E para a surpresa de muitas pessoas, é possível afirmar, sim, que há uma correlação entre esses dois eventos, inclusive sendo muito mais comum do que se imagina.
Mas, afinal, o que é granizo? Segundo a meteorologista do Climatempo Josélia Pegorim, são pedras de gelo que se formam nas nuvens cumulonimbus – diretamente associadas com a ocorrência de raios, trovões, entre outros. Conhecidas também como "nuvens frias", uma parte delas tem temperaturas abaixo de zero, e é aí que o granizo se forma.
"Essas nuvens se formam em todo o Brasil, em qualquer época do ano, desde que a atmosfera tenha condições adequadas para o seu desenvolvimento, que são calor e umidade suficiente. A passagem de frentes frias por um local quente, por exemplo, facilita a formação dessas nuvens", informou.
- Imagine uma nuvem de tempestade gigante chamada cumulonimbus. Dentro dessa nuvem, há gotinhas d'água que são levadas para cima por correntes de ar muito fortes. Lá em cima, está tão frio que essas gotículas se transformam em gelo.
- À medida que essas gotinhas congeladas caem e são novamente levadas para cima pela corrente de ar, outras gotinhas de água se juntam, congelando ao redor do gelo já formado. Isso cria camadas de gelo alternadas com água dentro do granizo.
- Esse processo continua até que o granizo atinja um tamanho tão grande que as correntes de ar não conseguem mais mantê-lo na nuvem. Então, o granizo cai para o chão, podendo causar estragos, especialmente se for grande.
Ainda de acordo com a meteorologista, as pedras de gelo caem quando ficam muito pesadas, visto que as cumulonimbus não conseguem mais sustentá-las no ar.
Nos períodos de 'calorão', o ar quente faz com que grandes quantidades de água evaporem na superfície. Lá em cima, na atmosfera, essa corrente entra em contato com menores temperaturas, propiciando a formação das cumulonimbus. Logo em seguida as pedras de gelo se desenvolvem, o que justifica a existência desse fenômeno em dias calorentos.
Alguns especialistas, inclusive, alertam que as mudanças climáticas podem tornar essas quedas de granizo ainda mais recorrentes – e, com isso, causar maiores estragos nas cidades e entre diferentes populações.
Acionada por A Gazeta, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) ainda apontou outras curiosidades sobre a formação do fenômeno. De acordo com o órgão, vale a pena destacar que, dentro das nuvens, essas pedras de gelo normalmente são gigantes, mas derretem durante o processo da queda. Diante disso, atingem o solo com diferentes tamanhos.
Além disso, fatores como a velocidade do vento durante a queda e as condições atmosféricas locais podem influenciar a forma final do granizo que cai no chão. Em alguns casos, pedaços de granizo podem até se fundir enquanto caem, formando pedras de gelo maiores.
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