O empresário indiano Lakshmi Mittal, um dos homens mais ricos do mundo, dono do conglomerado ArcelorMittal, gigante da siderurgia, está no Brasil. Veio para a inauguração da expansão da usina de São Francisco do Sul, em Santa Catarina. Mas, claro, aproveitou para cuidar de mais interesses importantes.
Na terça-feira (12), ele esteve no gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília. Vários ministros participaram da reunião. Entre outros temas foi agradecer pelas barreiras tarifárias impostas pelo governo federal, no começo do ano, em cima do aço importado, mas disse que a situação ainda não está resolvida. O aço, principalmente o vindo da China a preços bem abaixo do mercado, seguem inundando o país. Cerca de 20% do produto que hoje circula pelo Brasil vem de fora. Há pouco tempo não passava de 10%. Dobrou, portanto. Hoje, a China tem capacidade para produzir 1,1 bilhão de toneladas de aço por ano. Sem consumo interno para tudo, está exportando, a custos subsidiados, algo perto de 100 milhões de toneladas para todos os cantos do mundo, em uma competição considerada desleal. De olho no movimento, vários países já elevaram suas taxas com objetivo de proteger a fabricação local.
Em seu discurso, na inauguração de Santa Catarina, deixou, sem citar nomes, muito clara a situação. “A competição injusta afeta o crescimento no Brasil. O governo entende o valor da nossa indústria e a importância de continuar crescendo”, disse o empresário. As próximas decisões de investimento do conglomerado no Brasil, inclusive no complexo de Tubarão, passam por este problema.
Lula e Mittal se conhecem há tempos. Em 2007, em seu segundo mandato presidencial, Lula e o empresário estiveram juntos na inauguração do terceiro alto-forno de Tubarão.
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