Teve grande repercussão a carta do Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV) e do Centrorochas (Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais), divulgada na sexta-feira (12), reclamando dos gargalos portuários do Espírito Santo, principalmente os do Porto de Vitória, que, desde 2022, é administrado pela Vports. O final de semana foi de muita conversa e articulação. O governo do Estado, que já mantinha um canal de diálogo entre as partes (importadores, exportadores, tradings, portos secos e autoridade portuária) em funcionamento, resolveu subir um degrau e procurou a Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) para tentar encontrar solução de curto prazo para um problema reconhecidamente complexo.
"Os embarques e desembarques tiveram um expressivo crescimento aqui no Estado nos primeiros seis meses do ano. Tem um desafio aí, afinal, o Porto de Vitória, por uma série de questões, não consegue mais comportar a demanda. O calado é limitado, não tem área para a manobra de navios maiores e há limitação de retroárea. Sabemos disso tudo, mas a Vports precisa dar respostas, é possível melhorar e a concessionária precisa caminhar em uma velocidade maior, apesar das limitações e do forte aumento de demanda nos primeiros meses do ano. Os setores de rochas ornamentais e café, que são muito importantes para a economia do Espírito Santo, estão perdendo competitividade e, portanto, estão certos em reclamar, a solução precisa vir logo. O governo do Espírito Santo apoia os dois setores no pleito. Estamos alinhados", disse o vice-governador do Espírito Santo e secretário de Estado de Desenvolvimento, Ricardo Ferraço.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, no primeiro semestre de 2024, as importações pelos terminais do Espírito Santo alcançaram US$ 7,5 bilhões, 72,2% acima do registrado em igual período do ano passado. Destaque para os carros elétricos. Nas exportações, avanço de 12%, chegando a US$ 5,2 bi no semestre.
"O volume de carros cresceu de maneira extraordinária (37%), o que a gente ouve é que eles estão passando muito tempo na zona primária do porto. Não sou especialista no assunto, mas creio que a solução que pedimos passa por tirar esses veículos importados com mais velocidade de dentro do porto, dando fôlego para a recepção das outras cargas. Recentemente, a Receita Federal liberou, de maneira extraordinária, o uso de áreas não alfandegadas, temos que usar esta possibilidade aberta para resolvermos o nosso problema", assinalou Ferraço.
O vice-governador, sublinhou, entretanto, que a solução definitiva está na ampliação do leque de alternativas portuárias. "O Espírito Santo e, claro, o Brasil, precisam, no médio e longo prazos, de alternativa para o Porto de Vitória. Precisamos de terminais com calado, área de manobra e retroárea sem limitações. A Imetame entregará seu porto no segundo semestre do ano que vem e Portocel, também em Aracruz, tem feito investimentos importantes. Temos que entregar soluções para este nó de curto prazo, mas é bom olhar um pouco mais adiante e enxergar que temos opções para o médio e longo prazos".
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