A ArcelorMittal estuda ir ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) pedir para que a China seja investigada pela prática de dumping (comercialização de produtos a preços excessivamente baixos para eliminar a concorrência) na venda de aço para o Brasil. Outras grandes do setor, CSN e Gerdau, já estão indo por este caminho. É mais uma medida da indústria siderúrgica brasileira na tentativa de barrar a importação de aço chinês.
"A ArcelorMittal Brasil estuda continuamente alternativas para se adequar ao contexto de mercado, incluindo eventual pedido individual de investigação por prática de dumping. A empresa vem acompanhando com preocupação o aumento recorde das importações de produtos de aço. Diante da concorrência desleal do aço importado, fornecido a preços subsidiados, a ArcelorMittal reforça a defesa pela elevação temporária da alíquota de importação para 25%, nos mesmos patamares praticados por outros países, conforme pleito já apresentado pelo Instituto Aço Brasil", informou a companhia.
De acordo com o setor, o produto asiático chega ao Brasil a preços demasiadamente baixos por causa dos subsídios governamentais concedidos por lá. O objetivo original do governo chinês era incentivar a indústria da construção local, o que deu certo por muitos anos, mas, principalmente depois da pandemia, a economia chinesa esfriou e, consequentemente, passou a sobrar aço. Para evitar uma paradeira do parque siderúrgico, os chineses começaram a vender para o mundo todo, inclusive para o Brasil.
Além das ações individuais das empresas com pedidos de investigação por dumping, o Aço Brasil, que representa o setor siderúrgico, pressiona o governo federal para que a alíquota de importação aumente. No final do ano passado, a ArcelorMittal chegou a cortar a produção em Tubarão. A situação só se normalizou nos últimos meses porque a siderúrgica capixaba passou a fornecer aço para outras unidades do conglomerado.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.