O governo do Estado ofereceu um reajuste de 83,3% no tíquete-alimentação dos servidores do Executivo: de R$ 300 para R$ 550. O percentual ofertado está bem acima da inflação (IPCA) acumulada entre 2018, quando o benefício foi ajustado pela última vez, e 2023: 39,09%. Apesar de a oferta superar a inflação do período, o debate entre governo e sindicatos não está fácil. O principal motivo é a comparação que os servidores do Executivo fazem com os tíquetes recebidos pelos funcionários de Ministério Público, Judiciário, Assembleia Legislativa e Tribunal de Contas.
Reportagem feita por A Gazeta, assinada pela repórter Ednalva Andrade, mostra bem a situação. Promotores e procuradores do Ministério Público do Espírito Santo recebem o valor mais alto: R$ 3.392,49 mensais só para comerem. Na semana passada, os deputados estaduais, em uma manobra silenciosa que colocou o tema auxílio-alimentação de volta no noticiário, resolveram estender a eles próprios o benefício de R$ 1.829,79 que só era pago aos servidores da Casa.
Diante de tanta benevolência em outras áreas do serviço público, a negociação dentro do Executivo, que vem desde janeiro, acabou ficando mais tensionada. A questão é que o Executivo possui algo perto de 50 mil funcionários ativos (nos outros poderes isso não passa de 4 mil). O impacto anual do ajuste ofertado pelo governo é de R$ 170 milhões - quase o orçamento total do Tribunal de Contas para 2023, que é de R$ 174 milhões. O governo do Estado afirma ter chegado ao limite e que não há margem para manobra.
A bola está com os sindicatos e não há prazo definido para a negociação chegar ao fim. A ver as cenas dos próximos capítulos.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.