
Não caiu muito bem, mesmo para alguns aliados do governo Lula, caso do capixaba Renato Casagrande, o anúncio das medidas feito, nesta quinta-feira (06), em Brasília, para tentar conter a inflação dos alimentos. Além de limitadas, passam a conta (arrecadatória e política) da redução dos impostos para os Estados. O governo do Espírito Santo ainda não definiu se reduzirá a alíquota de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) em cima de produtos como carne, café, açúcar, milho, óleo e azeite. Casagrande pediu ao secretário da Fazenda, Benício Costa, para fazer os cálculos e depois decidirá o que fará e se fará algo.
"As ações terão efeito limitado. Primeiro porque estamos vendo uma inflação causada por movimentos de mercado. Por exemplo, no caso do café, o aumento dos preços se dá por questões internacionais, principalmente pelas quebras de safras na Ásia. Além disso, pouquíssimo alimento é importado no Brasil, portanto, o que foi anunciado não deve chegar na ponta, lá no consumidor", disse Renato Casagrande.
"Além disso, o governo federal disse que reduzirá o imposto em cima das importações. Trata-se de um tributo regulatório, ou seja, o impacto disso nos preços e, claro, na arrecadação federal será mínimo. Ao contrário do que pode acontecer nos Estados, o ICMS é um imposto arrecadatório. Pedi para que a Fazenda faça os cálculos, mas, como estamos vendo que a inflação é uma questão de mercado, temos que ter muito cuidado. Corre-se um sério risco de perdermos arrecadação e não resolver a questão", assinalou o governador.
Alguns alimentos, casos de arroz e milho, já são zerados de ICMS no Espírito Santo. Na média, a alíquota em cima dos alimentos fica na casa dos 7%.
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