O início de 2024 tem sido positivo para a ArcelorMittal Tubarão. Depois de se ver obrigada - por conta da conjuntura internacional do mercado de aço - a reduzir em algo perto de 20% a produção de placas, no último trimestre de 2023, e até a cogitar o abafamento um de seus três alto-fornos, a siderúrgica voltou a trabalhar dentro da normalidade em janeiro e fevereiro. O número exato de utilização do parque não foi divulgado, apenas que a produção está "próxima da capacidade nominal". Tubarão pode produzir 7,5 milhões de toneladas de placas por ano, é a maior siderúrgica do Brasil.
Para driblar a concorrência do aço chinês aqui dentro do Brasil, a ArcelorMittal, conglomerado com atuação em todo o planeta, usou de um conhecido expediente dentro da companhia: fornecimento de placas de aço para outras unidades do próprio grupo. Tubarão conseguiu retomar a produção porque passou a vender para unidades da ArcelorMittal localizadas na América do Norte e na Europa. Algo semelhante foi feito em 2008 e 2009, em plena crise do subprime norte-americano. Sem ter para onde vender na época, Tubarão passou a fornecer placas de aço para a usina do grupo em Calvert, no Alabama, Estados Unidos.
O setor siderúrgico do Brasil, assim como o de outros países, enfrenta dificuldades por causa da baixa demanda chinesa. Além de não comprar aço, a China está mandando para fora um produto a valores bem baixos (boa parte da produção chinesa é subsidiada pelo Estado). "A empresa mantém o entendimento de que o ano de 2024 será desafiador por conta do crescimento da importação de aço estrangeiro no Brasil. Segundo dados do Instituto Aço Brasil, em dezembro de 2023 a taxa de penetração das importações brasileiras de produtos siderúrgicos em aços planos atingiu 26,7%, maior índice do ano. O indicador reforça o posicionamento do setor para que o Brasil eleve a tarifa de importação para 25% (hoje está em 10%), como já adotado em outros países", informou a ArcelorMittal por meio de nota.
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