A ArcelorMittal, gigante mundial da siderurgia e dona da usina de Tubarão, em Vitória, considerou um avanço a medida anunciada, na terça-feira (23), pelo governo federal ampliando as tarifas de importação de aço para proteger a indústria nacional. A medida vale por 12 meses, estabelece regime de cotas e vai ampliar a taxa de 10,8% para 25% em cima de 11 itens.
"A decisão representa um avanço, principalmente por estabelecer um sistema de proteção da indústria nacional contra o comércio desleal, o que coloca o Brasil em linha com as proteções estabelecidas por importantes países produtores de aço, como Estados Unidos, países-membros da União Europeia, México e Chile", afirma a companhia por meio de nota.
Desde o ano passado, executivos da indústria siderúrgica do Brasil reclamavam do derrame de aço chinês no mercado nacional. De acordo com o setor, o produto asiático chega ao Brasil a preços demasiadamente baixos por causa dos subsídios governamentais concedidos por lá. O objetivo original do governo chinês era incentivar a indústria da construção local, o que deu certo por muitos anos, mas, principalmente depois da pandemia, a economia chinesa esfriou e, consequentemente, passou a sobrar aço. Para evitar uma paradeira do parque siderúrgico, os chineses começaram a vender para o mundo todo, inclusive para o Brasil.
No primeiro trimestre deste ano, as importações de aço cresceram 25,4% em relação ao mesmo período de 2023: 1,3 milhão de toneladas. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, responsável pela decisão, fez um levantamento que apontou um acréscimo de 30% nas importações na comparação com a média identificada entre 2020 e 2022.
"A empresa, em conjunto com as demais produtoras de aço do país, representadas pelo Instituto Aço Brasil, acompanhará a eficácia da medida. Em acordo com o Governo Federal, os mecanismos de defesa estabelecidos contra a concorrência predatória de aço importado serão acompanhados e permanentemente revistos, podendo ter ajustes".
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