Há quase um consenso no Espírito Santo quando o assunto é Turismo (de lazer ou de negócios): o potencial é enorme e não está sendo aproveitado. Setor produtivo, Estado e prefeituras entendem que a aprovação da reforma tributária, que acaba, a partir de 2032, com os incentivos fiscais (base do desenvolvimento da economia capixaba há mais de 50 anos) é o estalo que faltava para que o debate em cima de novos modelos de desenvolvimento econômico e social para o Estado amadurecesse e, enfim, saísse do papel. Com relação ao Turismo, parece que a coisa começou a tracionar.
Nos próximos meses serão dois acontecimentos que, dando certo, têm tudo para mudar o ponteiro da atividade turística no Espírito Santo. Provavelmente até o final de outubro sai o projeto arquitetônico e executivo encomendado pela prefeitura da Serra para a construção de um centro de convenções na área onde hoje está o Pavilhão de Carapina. Assim, o governo do Estado poderá licitar as obras, um aporte que deve superar os R$ 100 milhões e será entregue até o final de 2026. Além de dar conta dos eventos locais, a grande expectativa é de que o novo espaço, que será modular, atraia eventos nacionais e internacionais que, hoje, não vêm para o Espírito Santo pela absoluta falta de espaço adequado. A localização do Estado - a menos de 1,5 mil quilômetros de 70% do PIB brasileiro - e do próprio centro de convenções - ao lado do Aeroporto de Vitória -, são tidos como os grandes ativos do empreendimento.
O centro de convenções é a grande notícia quando o assunto é turismo de negócios (que, com um bom trabalho de divulgação pode ser desdobrado em turismo de lazer), mas não para por aí. Estado, Federação do Comércio do Espírito Santo e grandes empresas de navios de cruzeiro trabalham para trazer, em março de 2025, logo após o carnaval, uma embarcação para fazer uma parada teste em Vitória. Tudo dando certo, a capital capixaba voltará à rota dos cruzeiros que navegam pela costa brasileira na temporada 2025/2026.
O impacto tem tudo para ser bastante relevante. Pelas contas da Clia (Cruise Lines International Association) Brasil, cada passageiro que faz escala em uma cidade gasta, na média, R$ 600 por dia. Também na média são 3 mil desembarques por navio, portanto, quase R$ 2 milhões a mais em circulação a cada cruzeiro que parar por aqui. Quantos vão parar? Não se sabe ainda, mas vale analisar alguns números. Na última temporada, mais de 80 linhas passaram direto de Búzios (RJ) para Ilhéus (BA), ou seja, passaram por todo o litoral capixaba e não pararam. As oportunidades estão aí. A primeira escala de cruzeiro em Balneário Camboriú (SC) aconteceu em 2019, na temporada 2023/2024, foram 62 escalas. Se pegarmos as médias de gasto e desembarques da Clia, os viajantes injetaram mais de R$ 100 milhões na economia de lá na temporada que passou.
O horizonte é promissor, agora é trabalhar.
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