A Cooabriel, maior cooperativa de café conilon do Brasil, foi a primeira a realizar a comercialização de café conilon na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), com um contrato futuro de 100 sacas de 60 quilos para entrega em novembro. As operações foram iniciadas nesta segunda-feira (23) e atendem a uma demanda antiga do mercado local para garantir previsibilidade e proteger os preços dos cafés robustas. O Espírito Santo é o maior produtor de robusta do país, com 70% da oferta (o Brasil é o segundo maior produtor do mundo).
"Entre os diversos benefícios de se negociar o conilon na B3 podemos, com absoluta certeza, incluir uma maior proteção contra a volatilidade dos preços do mercado. O cooperado da Cooabriel é dependente da cafeicultura, que sofre demasiado com as diferenças climáticas já comuns em nosso Estado, bem como com a volatilidade dos preços. A possibilidade da venda futura na B3 traz uma alternativa de negócios que reduz significativamente os riscos envolvendo a produção do nosso conilon", explicou Carlos Augusto Pandolfi, superintendente da Cooabriel.
O início dos trabalhos na B3 vai acelerar a montagem de mesa de hedge (ferramenta para proteger os preços) na cooperativa. A Cooabriel reúne 7,8 mil produtores e deve comercializar, neste ano, 2 milhões de sacas. O faturamento deve superar os R$ 2 bilhões.
Uma curiosidade: a primeira operação de conilon da história da B3 foi fechada pelo capixaba, de São Gabriel da Palha (assim como a Cooabriel), Rafael Furlanetti, que é um dos sócios mais antigos da XP Investimentos. A XP responde pelo movimento de 40% do mercado de commodities da Bolsa de Valores de São Paulo.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.