O Espírito Santo recebe, desde domingo (28), uma das mais relevantes missões estrangeiras para conhecer o café capixaba e seus meios de produção das que já passaram por aqui nas últimas décadas. Europeus e norte-americanos, que ficam até quarta-feira (31), até agora, gostaram bastante do que viram. Eles estão de olho nas questões sociais, sanitárias, ambientais e na qualidade de todo o processo produtivo.
Importante destacar que, em 18 meses, novas regras para a importação de alimentos, mais rígidas, passam a valer na União Europeia. Nos Estados Unidos, maior consumidor de café do mundo, o debate está em andamento. Eles querem saber, entre outras tantas coisas, se o produto vem de área desmatada, que tipo de química foi usada na produção, como são as relações de trabalho, se tudo isso tem rastreabilidade... Portanto, é de extrema importância conversar e mostrar o que está sendo feito por aqui.
William Murray, CEO da National Coffee Association USA, entidade que representa a indústria norte-americana do café, que emprega mais de dois milhões de pessoas e que, por isso, tem livre acesso a alguns dos principais gabinetes de Washington, está no grupo. A brasileira Vanusia Nogueira, presidente da Organização Internacional do Café, sediada em Londres, também.
"Estou impressionado com o poder das cooperativas e das associações de produtores. Pude observar um trabalho de qualidade, com sustentabilidade. Minha missão vai ser levar para Washington o que eu vi na cadeia do café do Espírito Santo, os reguladores precisam conhecer esse modelo", assinalou Murray, que, na noite desta segunda, participou de um jantar oferecido pelo governador Renato Casagrande na Residência da Praia da Costa.
"Isso aqui (o encontro) é muito importante, afinal, os Estados Unidos estão no meio de um intenso debate sobre as novas regras dos produtos que poderão ser vendidos para lá. Os reguladores, governo e parlamentares, estão conversando muito com o setor privado e a indústria americana do café, os maiores consumidores do mundo, por meio do Bill (William) Murray está aqui no Espírito Santo olhando de perto o que está acontecendo e os desafios do início da cadeia do café. É fundamental para um bom posicionamento", disse a presidente da Organização Internacional do Café, que também esteve no jantar.
Nesta terça-feira, o adido agrícola norte-americano em Brasília, Joseph Degreenia, que é funcionário do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), junta-se ao grupo. A missão é organizada pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) e pela Secretaria de Estado da Agricultura. Ela já passou por áreas de conilon, no Norte capixaba, e agora irá para as regiões de arábica, nas partes Serrana e Sul.
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