O governador Renato Casagrande e o vice Ricardo Ferraço estarão, nesta quarta-feira (21), em Brasília. Farão uma série de reuniões com o objetivo de destravar investimentos ferroviários com capacidade para trazer cargas para serem escoadas pelo parque logístico do Espírito Santo. Estão na agenda encontros com Rui Costa (ministro da Casa Civil), Renan Filho (ministro dos Transportes) e com o mineiro (Minas tem muito interesse nas condições de infraestrutura do ES) e presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
O tour pelos gabinetes de Brasília se dará um dia antes de uma reunião da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que definirá a reabertura das audiências públicas para debater a prorrogação do contrato de concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), hoje sob a VLI Logística, que tem interesse em renovar a concessão por mais 30 anos. A FCA traz carga do Brasil Central para o Espírito Santo usando a Ferrovia Vitória-Minas (de responsabilidade da Vale e que está tendo a sua renovação renegociada junto ao governo federal). Na visão dos capixabas, o tema só voltou à pauta da ANTT porque o debate acerca da renovação da concessão da Vitória-Minas já está em seus finalmentes.
"Temos alguns debates importantes acontecendo acerca do sistema ferroviário brasileiro. O Espírito Santo, com o parque logístico que tem, precisa estar atento, afinal, precisamos ter condições de trazer e levar cargas para o Brasil Central. Nossos portos estão recebendo investimentos, mas precisamos ter carga. Este é o ponto", explicou o vice-governador e secretário de Estado de Desenvolvimento, Ricardo Ferraço.
"Governo federal e Vale estão finalizando um debate sobre a renegociação da renovação antecipada da Vitória-Minas e de Carajás, assinada em 2020. Haverá o pagamento de uma outorga adicional que, pelo o que está na imprensa, fica na casa dos R$ 20 bilhões. O que virá para o Espírito Santo? É isso que vamos debater, vamos apresentar as nossas ideias. Além disso, voltou a andar a questão da renovação da concessão da FCA, que se conecta à Vitória-Minas para trazer e levar carga do Espírito Santo. Qual é o projeto para melhorar essa ferrovia? É o que precisamos saber e questionar", ponderou o vice-governador.
Os capixabas levarão alguns números para convencer os ministros que o debate não se limita aos interesses do Espírito Santo. "A Vitória-Minas já carregou 180 milhões de toneladas por ano, hoje, está em 90 milhões de toneladas. Melhorando a capacidade da FCA, com uma variante na Serra do Tigre, em Minas Gerais, daremos capacidade e eficiência a uma ferrovia que é do começo do século passado, não cabe mais. Fazendo isso, ligamos o parque logístico capixaba às grandes áreas produtoras do agronegócio brasileiro por meio da FCA e, consequentemente, da Vitória-Minas (elas se conectam na Grande Belo Horizonte). Não podemos permitir que esta desconexão capixaba persista, não podemos ficar dependentes da mineração. É ruim para o Espírito Santo e para o Brasil. Tudo isto está posto, neste momento, na mesa, vamos apresentar nossos argumentos e alternativas".
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