O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, e o vice, Ricardo Ferraço, estarão, nesta quarta-feira (05), em Brasília para uma rodada de reuniões na Esplanada dos Ministérios. Uma delas será com Renan Filho, responsável pela pasta dos Transportes. Acompanhados da bancada capixaba no Congresso eles irão colocar na mesa do ministro um projeto nem tão novo assim, mas que faria muita diferença para o Espírito Santo e para o escoamento dos produtos do agronegócio brasileiro: o contorno da Serra do Tigre, em Minas Gerais.
"Muito em breve sairá o acordo do governo federal com a Vale sobre a renovação antecipada das ferrovias Vitória-Minas e Carajás. O governo quer R$ 25,7 bilhões, a Vale, por sua vez, está negociando. Eu não tenho a informação de em quanto isso vai ficar, mas sei que vai ter dinheiro novo para a infraestrutura ferroviária do Brasil. Quem apresentar os melhores projetos vai levar. É isso que iremos fazer, apresentar um projeto que é muito bom para o Brasil, para o agronegócio brasileiro e, claro, para o Espírito Santo", assinalou Ricardo Ferraço.
Há um gargalo histórico na Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) que é a Serra do Tigre, na região central de Minas Gerais. A ideia é que o contorno e a modernização do trecho estejam no debate sobre a renovação antecipada que será feito com a VLI, que é a concessionária responsável pela ferrovia até 2026. A FCA é uma ligação muito importante entre o Brasil Central e os portos e Sudeste e Nordeste.
"A questão da Serra do Tigre é um debate antigo no Espírito Santo. Por muito tempo, em Brasília, o argumento era o seguinte: 'por que vocês querem ligação ferroviária se vocês não têm porto para escoar as cargas?'. O fato é que agora temos. O Porto da Imetame, em Aracruz, com 17 metros de calado, será inaugurado no segundo semestre do ano que vem. Além disso, o Porto de Vitória é o único sob administração privada do Brasil, outros terminais estão sendo ampliados e temos também projetos em andamento. Estamos prontos para receber e escoar carga por aqui, trata-se da melhor solução para Minas Gerais e Goiás", disse o vice-governador.
Durante a audiência será lembrado ao ministro que, quando o primeiro acordo de renovação antecipada com a Vale foi fechado, no final de 2020, grande parte dos recursos foi para a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), entre Mato Grosso e Goiás. "Estamos falando de um novo acordo sobre a renovação de uma ferrovia (caso da Vitória-Minas) que corta Minas e Espírito Santo. A nossa proposta é boa para o Brasil, para Minas e para o Espírito Santo".
Pelas contas da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), sem uma ligação adequada com o Brasil Central, o Espírito Santo perdeu, de 2010 para cá, 87% de participação na exportação de grãos.
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