Finalmente está se aproximando do fim uma das mais longas e difíceis negociações de indenização já feitas no Brasil: o Acordo de Mariana. Vale, BHP e Samarco se propuseram, em 12 de junho, a pagar R$ 140 bilhões para reparar as várias tragédias (econômicas, sociais, ambientais e pessoais) provocadas pelo estouro da barragem de Fundão, da Samarco, em Mariana (MG), em novembro de 2015. Governo federal, Minas Gerais, Espírito Santo, cidades atingidas e Ministério Público estão na mesa de negociação. O voto de cada um é muito importante.
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, se diz satisfeito com o andamento das negociações nas últimas semanas e já antecipa que vai votar pelo fechamento do acordo. "Para nós está ok". O mandatário capixaba, que prefere não dar datas e valores, afirma que está caminhando. "As coisas estão avançando, vai dar uma parada agora por causa do recesso do Judiciário, mas está andando".
O governo capixaba vinha defendendo um ajuste no valor a ser pago pelas companhias - o que em parte foi atendido na última proposta e ainda pode melhorar - e que a quitação se desse em um prazo menor que os 20 anos apresentado pelas empresas. Casagrande não entrou no detalhe do prazo, mas, ao que parece, o nó foi desatado.
A proposta de R$ 140 bi engloba o seguinte: R$ 82 bilhões são de "dinheiro novo", R$ 37 bi foram gastos ao longo dos últimos anos e R$ 21 bi são de obrigações que ainda precisam ser cumpridas pelas empresas. O pacote foi apresentado há quase um mês, de lá para cá, muita coisa aconteceu nos bastidores. A expectativa é de que o martelo seja batido com um valor a mais de "dinheiro novo".
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