
A Cesan fará um emissário submarino para lançar no fundo do mar o esgoto tratado de mais de 540 mil habitantes da Serra. A decisão foi tomada nos últimos dias e o investimento será de R$ 335 milhões. A solução, adotada em vários países da Europa, Portugal, por exemplo, saiu de um estudo feito por técnicos da própria Cesan e da Concessionária Ambiental Serra, tocada pela Aegea. A estrutura será construída a partir de Jacaraípe.
O estudo apontou como solução a implantação de quatro sistemas de tratamento com lançamento do efluente no mar por meio de um emissário submarino com capacidade para tratar 1.198 litros por segundo. O Sistema Jacaraípe será o maior polo de tratamento de esgoto sanitário do município, responsável por 76% de todo o esgoto gerado, considerando um horizonte de atendimento até 2050. Em razão da elevada vazão, será necessário direcionar o efluente tratado por aproximadamente 3.500 metros mar adentro. A estrutura terá aproximadamente 40 metros de profundidade.
"A alternativa selecionada baseia-se em três aspectos: econômico, sendo a proposta mais vantajosa; ambiental, uma vez que indicadores de diversas localidades do país evidenciam que o emissário contribui para a proteção ambiental, e potencial para reuso, já que o investimento prevê também a implantação de polos que viabilizam o aproveitamento do efluente para reutilização. Com a implantação desses quatro sistemas, as 21 estações de tratamento de esgoto hoje existentes no município serão substituídas, permitindo a ampliação do alcance do acesso ao serviço de coleta e tratamento", explicou Munir Abud, presidente da Cesan. "É importante destacar que não colocaremos esgoto in natura no emissário, mas efluente já tratado. Estamos falando de um tipo de sistema já consagrado em várias partes do mundo e do Brasil. É a melhor solução para a Serra, temos segurança disso".
Para dar conta da intervenção, será feito um aditivo no contrato da parceria público-privada firmada entre Cesan e Aegea para administrar o saneamento da Serra. O aditivo está sendo analisado pelo Tribunal de Contas do Estado. A expectativa é de que a estrutura esteja pronta até 2029. Serão três anos de obras.
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