A privatização da ES Gás, arrematada na última sexta-feira (31) pelo Grupo Energisa por R$ 1,42 bilhão, trouxe uma onda de otimismo para o setor no Estado. Além dos impactos mais óbvios - mais investimentos, mais agilidade, mais qualidade na entrega e uma rede maior - existe a expectativa dentro setor produtivo capixaba de que a chegada da Energisa, gigante nacional do setor elétrico com faturamento anual que beira os R$ 40 bi, alavanque outros projetos estratégicos para o Espírito Santo dentro do setor de gás natural.
O primeiro é a interligação, por gasodutos, do sistema capixaba de unidades de tratamento de gás - Linhares e Anchieta - com as unidades produtoras do pré-sal - do Sul do Espírito Santo até o litoral de São Paulo. A Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas, em Linhares, e a Unidade de Tratamento de Gás Sul Capixaba, em Anchieta, juntas têm capacidade para processar 20,6 milhões de m³ de gás por dia. Mas, por falta de gás, estão subutilizadas.
Já há projetos para a interligação dos sistemas de gasodutos, que ficam dentro do mar, do Norte do Rio de Janeiro com o Espírito Santo, mas é algo caro, na casa dos bilhões de reais, que precisa ser "comprado" por alguém que possa pagar. A Energisa, que quer diversificar suas atividades dentro do setor de energia, pode ser a chave para abrir essa porta.
Quem entende do assunto afirma que, tendo este gás à disposição, a distribuidora capixaba poderia trabalhar para virar um fornecedor da indústria de Minas Gerais, que, hoje, sem o combustível, praticamente não usa gás natural para alimentar suas máquinas. Um detalhe importante: a Energisa foi fundada, há quase 120 anos, em Cataguases, Minas Gerais.
Para termos ideia do que essa ociosidade das unidades de tratamento de Linhares e Anchieta representa, hoje, a ES Gás fornece algo perto de 45 m³ por dia. A Federação das Indústrias do Espírito Santo acredita que, tudo transcorrendo bem, isso pode dobrar. Ou seja, há muita ociosidade, demanda e, consequentemente, espaço para crescimento pela frente.
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