O preço da saca de 60 quilos do café conilon saltou mais de 60% nos últimos 12 meses: de R$ 620 para R$ 1.110. Recorde histórico. O Brasil é o segundo maior produtor do mundo e 70% da colheita brasileira sai do Espírito Santo, principalmente das regiões Norte e Noroeste. Pelas estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra capixaba ficará, em 2024, em 11,065 milhões de sacas, avanço de 9% em relação ao ano passado. Tudo isto posto, o negócio café conilon, no Espírito Santo, terá um acréscimo no movimento de recursos que ficará perto de R$ 4,5 bilhões no decorrer de 2024. Pelas contas da Secretaria de Estado da Agricultura, 50 mil propriedades capixabas trabalham com a espécie.
A colheita está para começar, mas os efeitos da forte alta dos preços já estão se fazendo sentir, afinal, o produto é comercializado o ano todo. O incremento de renda em curso está fazendo a roda girar. Outros setores da economia, caso do varejo e do mercado imobiliário, já estão contabilizando bons resultados nas regiões mais impactadas pela cultura do conilon.
O Grupo Águia Branca, dono de concessionárias das mais diversas marcas de veículos, contabiliza, nos primeiros 100 dias de 2024, um avanço de 26% nas vendas realizadas no Noroeste do Estado. A comparação é com o mesmo período do ano passado. Na média do mercado da região o crescimento é de relevantes 23%.
O mercado de imóveis também está sentindo os efeitos. A Soma Urbanismo, uma das maiores empresas de loteamentos e condomínios fechados do Norte e Noroeste capixaba, vem batendo seguidos recordes de faturamento no ano. "Tivemos os melhores janeiro e fevereiro da série histórica e um bom mês de março. Abril também vem vindo bem. Claro que não é só isso, mas o preço do café está impactando positivamente, sentimos na ponta. Estamos observando isso nos empreendimentos do Norte e do Noroeste do Estado e também nos que temos no Sul da Bahia. Outras empresas do setor estão com a mesma percepção", explicou Danielli Simões, diretora Comercial da Soma.
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