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Com turbulência e juros em alta, presidente da Findes enxerga desaceleração

Paulo Baraona afirma que são muitos os pontos de incerteza, além, é claro, dos juros muito elevados, o que acaba reduzindo o apetite do investidor

Publicado em 17/12/2024 às 16h57
Paulo Baraona, presidente da Findes
Paulo Baraona, presidente da Findes. Crédito: Divulgação/Findes

Em meados de 2023, a expectativa geral do mercado era de que o Brasil fecharia 2024 com a taxa básica de juros, a Selic, beirando os 9% ao ano (alguns mais otimistas falavam em 8,5%). O final de 2024 chegou e fecharemos o ano com a Selic em 12,25%. Na última ata do Copom (Comitê de Política Monetária) do ano, divulgada nesta terça-feira (17), os diretores do Banco Central preveem mais duas altas de 1 ponto percentual, portanto, 14,25% ao ano, e não falam no fim do ciclo de altas. A inflação voltou a avançar, a economia está muito aquecida e o governo federal não consegue entregar um pacote fiscal que dê credibilidade para a trajetória da dívida pública brasileira. Cenário, sem dúvida, desafiador.

Diante de tudo isso, principalmente de juros tão altos, a tendência é de que os investimentos privados comecem a perder velocidade já nos próximos meses. "Vai haver uma redução de ritmo (de investimentos) e consequentemente das expectativas futuras. O industrial investe observando o médio e longo prazos, evidentemente que não ter um cenário claro obriga a dar uma desacelerada. Poderíamos ter um ambiente muito melhor hoje se tivéssemos um cenário com mais segurança, mas... Isso seria bom para todos, afinal, os investimentos geram empregos de melhor qualidade", disse Paulo Baraona, presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo.

"O setor produtivo, de um modo geral, vem fazendo o dever de casa, basta olhar os números atuais da economia. Por outro lado temos um ambiente que não está facilitando, no cenário internacional e também nacional. Temos incertezas sobre a política fiscal do governo federal, a reforma tributária ainda não foi aprovada... Cria incerteza, cria problema".

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