Nos últimos 15 anos o Espírito Santo se consolidou como a maior porta de entrada de aeronaves executivas do país. Incentivos fiscais, segurança jurídica, localização e boa infraestrutura criaram um ambiente muito atrativo para o negócio. Algo perto de 80% das aeronaves destinadas a voos privados importadas pelo Brasil entram pelo Espírito Santo. Números levantados pelo Sindiex (Sindicato do Comércio de Exportação e Importação) mostram que, até agosto, foram faturados US$ 536,2 milhões por aqui (R$ 2,73 bi). A expectativa é superar os R$ 5 bi até o final do ano.
"Temos uma demanda reprimida na aviação executiva do país. O Brasil é um país de dimensões continentais, ter uma aeronave não é barato, mas gera um ganho de eficiência e segurança enorme. Estamos sendo demandados por executivos e empresários de todos os setores, mas principalmente do agronegócio. Nossa expectativa é de que o mercado cresça 30% ao ano, mesmo com dificuldades nos aeroportos regionais e a economia ainda devagar", afirma Luciano Sapata, vice-presidente da Sertrading, uma das maiores importadoras de aeronaves do país.
Diante de uma demanda que só faz e fará crescer, os empresários já iniciaram um movimento junto à Receita Federal para que haja mais slots (prazo dado pela autoridade entre o pouso e a decolagem) dedicados à nacionalização de aeronaves no Aeroporto de Vitória. "O novo aeroporto acabou com o problema de espaço que nós tínhamos, agora estamos em um trabalho junto à Receita para que tenhamos mais slots. Hoje, podemos fazer três operações ao mesmo tempo, mas tem hora que dá fila. Mais duas ou três posições seriam o ideal. Estamos em conversas com a Receita porque sabemos que isso demanda estrutura e pessoal. É um trabalho conjunto que estamos propondo", explica Luiz Fernando Braga, diretor do Sindiex e da Comexport Trading Comércio Exterior.
Os preços das aeronaves importadas pelo Espírito Santo partem de US$ 800 mil e chegam a US$ 80 milhões. Apesar disso, alguns modelos, se encomendados hoje, só chegarão em 2025.
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