Diretor-executivo do Sicoob/ES, Nailson Dalla Bernadina assume nesta terça-feira o ES em Ação, mais importante movimento empresarial do Espírito Santo. Sabedor da responsabilidade de comandar a instituição criada por empresários e executivos incomodados com as crises ética e econômica que dragavam o Espírito Santo no início dos anos 2000, o dirigente promete proximidade com a sociedade, atenção para a velha (e não resolvida) agenda da infraestrutura e foco na transformação digital do poder público no Espírito Santo.
Qual é a responsabilidade de assumir uma instituição com a força do Espírito Santo em Ação?
É uma missão que me deixa muito orgulhoso, me deixou absolutamente lisonjeado. Para dar conta do recado busquei um time de executivos voluntários que pudesse ter uma visão geral sobre temas relevantes para a nossa sociedade, que nos aproxime dos problemas que precisam ser solucionados.
A instituição completa 20 anos no ano que vem, a história é de sucesso, mas sempre é possível melhorar. Onde o senhor pretende mexer?
Quero fazer uma reconexão com a sociedade e com os mantenedores através dos comitês. A pandemia fez com que mudássemos um pouco a forma de trabalho, mas o Espírito Santo é um Estado geograficamente pequeno, que as pessoas se conhecem. A proximidade, com todos discutindo os problemas e as soluções, ajuda muito na construção de um melhor ambiente de negócios. Vamos começar construindo seis comitês temáticos (educação, gestão pública, desenvolvimento, redes, formação de lideranças e gestão), cada diretoria vai tomar conta de um. E vamos dar sequência em projetos com evidentes bons resultados, caso das escolas em tempo integral. Vamos ter um trabalho muito forte de apoio à modernização da gestão pública, com um comitê trabalhando especificamente nesta área, buscando acelerar de maneira correta a transformação digital no setor público. Tem a pauta da infraestrutura e logística, onde vamos buscar apoio e diálogo com federações e demais atores. É muito importante o planejamento de longo prazo, uma característica histórica do ES em Ação. Participamos ativamente do 2025 e do 2030 (documentos que estabeleciam metas em várias áreas), hoje temos de cuidar para que as mudanças de governos não deixem os projetos estruturantes, de Estado, de lado.
O senhor falou do 2025 e 2030, documentos estratégicos patrocinados pelo ES em Ação. Teremos novas edições? Como vai ficar esse olhar mais longo?
As coisas estão mudando muito rapidamente. Para dar maior dinamismo nós vamos escolher temas para acompanharmos durante determinado período, claro, dentro daquilo que consideramos estratégicos.
Nailson Dalla Bernadina
Presidente ES em Ação
"Temos de cuidar para que as mudanças de governos não deixem os projetos estruturantes, de Estado, de lado."
Em 2003, quando começou o movimento empresarial, tínhamos graves desafios éticos e econômicos no Estado. Quais são os desafios de 2022?
Temos uma pauta antiga, que é a da infraestrutura, em que precisamos avançar, que precisa continuar sendo trabalhada. E temos agora o desafio dessa série de mudanças tecnológicas que impactam a sociedade como um todo, inclusive nos governos. Precisamos olhar para essa transformação digital dentro do serviço público, para que ajude a vida do empreendedor e do cidadão comum.
A eleição é daqui a pouco mais de 60 dias. O ES em Ação vai se reunir com os candidatos e apresentar sua pauta?
Sim. Temos o programa Diretrizes, que tem o objetivo de propor uma agenda prioritária. Estamos trabalhando neste documento e vamos entregar aos candidatos. Queremos que se posicionem junto à rede empresarial e ao ES em Ação. A rede empresarial, que são movimentos espalhados por todo o Estado, será mais apoiada por nós. Ela é muito importante na discussão de temas relevantes.
O setor produtivo, principalmente o micro e pequeno empresário, reclama demais do excesso de burocracia e da segurança pública. Certamente isso chega para vocês. É possível avançar nesses temas?
Sim, e dá para avançar rápido. De fato a rede empresarial reclama demais desses temas. A insegurança no campo, por exemplo, cresceu demais. É possível avançar com diálogo e propondo soluções para que o Estado siga no seu processo de desenvolvimento. Esse tema da transformação digital no setor público, que martelamos tanto, pode ajudar muito, principalmente no aspecto da desburocratização. Não é só digitalizar documento, é investir e colocar o cidadão, como cliente, no centro das atenções. É preciso acelerar os investimentos, vamos cobrar isso do poder público. Não é só uma questão de facilitar a vida do cidadão, o que já é ótimo, mas também reduzir o custo do Estado.
O que o senhor espera das eleições e do ano de 2023?
O clima está muito acirrado, sem dúvida. Nós do ES em Ação pregamos a conversa qualificada e o diálogo respeitoso para que consigamos construir essas pontes tão importantes para a sociedade. Tanto no público como no privado é importante ter espaço para discutir ideias e projetos. Espero que 2023 seja um ano de avanços
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