No começo de março, o vice-governador do Estado, Ricardo Ferraço, em entrevista à coluna, subiu o tom das cobranças e disse que a Vale não estava cumprindo o compromisso por ela assumido, e assinado, junto ao governo federal de construir a primeira parte da Estrada de Ferro 118, entre Cariacica e Ubu, e de entregar pronto o projeto de engenharia do trecho entre Ubu e o Rio de Janeiro. O encargo é uma contrapartida negociada durante a renovação da concessão da Ferrovia Vitória-Minas, assinada em meados de 2020. Quase três anos se passaram e, até agora, nada de obras e nem de cronograma.
Diante da cobrança pública, a Vale se mexeu e procurou o governo do Estado para uma reunião. Conforme a coluna apurou, na última terça-feira (14), estiveram em Vitória Alexandre D'Ambrosio, vice-presidente de Assuntos Corporativos e Institucionais, e Marcello Spinelli, vice-presidente de Soluções de Minério de Ferro. Eles prometeram um cronograma fechado de trabalho e de entregas até o final de março (de 2023).
O traçado previsto originalmente pela Vale terá de ser modificado, principalmente em Cariacica e Vila Velha. Como o andamento do projeto está demorando, as áreas que seriam cortadas pela ferrovia acabaram ocupadas. Os executivos prometeram que uma nova proposta de traçado será apresentada junto com o cronograma. A ideia é que, com o projeto ganhando velocidade, isso não precise mais ser modificado - pelo menos não por conta de adensamento urbano.
Apresentado o cronograma, a ideia é criar um grupo de trabalho, com integrantes indicados pelo governo estadual, Findes e Vale, para o acompanhamento e gerenciamento da evolução do projeto.
A coluna procurou Ricardo Ferraço, que confirmou a reunião. "Foi um encontro cordial, mas ainda aquém do que esperávamos, afinal, três anos depois de assinado o acordo, a Vale ainda não tem um cronograma de ação fechado. O lado positivo é que eles prometeram, deram uma data, para entregar o documento com os marcos temporais bem definidos. Vamos aguardar".
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