Há tempos que os exportadores de café e rochas ornamentais reclamam dos gargalos portuários do Espírito Santo, destacadamente do Porto de Vitória - administrado pela concessionária Vports -, que abriga o único terminal de contêineres do Estado, o Terminal de Vila Velha - administrado pela LogIn. Nesta sexta-feira (12), eles resolveram subir o tom. Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV) e Centrorochas (Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais) divulgaram uma carta reclamando muito da situação.
"O atual cenário demonstra que, em que pese as inúmeras reuniões e tratativas no Comitê Comex/ES, que contaram com a participação da Autoridade Portuária (Vports), de representantes dos terminais portuários, dos operadores portuários e dos usuários, a fim de buscar soluções para os gargalos logísticos que acometem o setor portuário do Estado do Espírito Santo, não se observa, na prática, a adoção de qualquer ação efetiva para a melhoria da capacidade de operações portuárias, em especial no terminal de contêineres", dispara o documento assinado por Tales Machado, presidente do Centrorochas, e Fabrício Tristão, presidente do CCCV, e que foi enviado para governo federal, Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Tribunal de Contas da União, governo do Estado e Vports.
"Essa situação tem agravado, cada vez mais, os estorvos logísticos que acometem o setor portuário capixaba, tendo por consequência imediata a formação de filas de navios, a escassez de contêineres, a dificuldade de controle dos gates, a dificuldade dos sistemas de atendimento ao consumidor dos terminais portuários, a ausência de espaço para movimentação de carga, dentre inúmeros outros impasses que resultam no aumento exorbitante de custos e na consequente diminuição, ou até mesmo inviabilização, da competitividade de setores econômicos estratégicos para o desenvolvimento socioeconômico do Espírito Santo, em especial do setor cafeeiro e de rochas naturais".
Os empresários reclamam do esgotamento da capacidade do terminal de contêineres do Porto de Vitória e pedem providências. "O cenário que vem se observando, desde o segundo semestre de 2023, é de agravamento dos problemas logísticos, eis que, a exemplo, com base nos indicadores da Antaq, a taxa de utilização do terminal de contêiner corresponde a 155% da sua capacidade natural, ocasionando o aumento no tempo de estadia das embarcações de contêineres, alteração de rotas de embarcações, cancelamentos de embarques, o que indica urgência de investimentos de expansão. Somente em 2024, já foram 3 omissões, ou seja, embarcações programadas para atracar no Porto de Vitória/TVV, que desistiram por conta do excessivo tempo de fila. Isso, sem contar os atrasos, reprogramações, aumentos do tempo de estadia de navios, além de filas de caminhões, multas no transporte rodoviário, aumentos de frete, dentre várias outras consequências danosas à economia regional".
O Brasil é o quinto maior exportador de rochas naturais do mundo. As exportações, para 130 países, ficam em U$ 1,2 bilhão por ano. O Espírito Santo é responsável por mais de 80% disso aí, chegando a quase US$ 1 bilhão vendidos para o exterior, no ano passado. No café o Estado também é protagonista - segundo maior produtor do Brasil e responsável por 70% do conilon. Importante lembrar que o Brasil é o maior produtor de café do mundo. No final de julho, o Estado terá acumulado, em 12 meses, o maior volume de embarques de sua história: 8,3 milhões de sacas e US$ 1,5 bilhão em divisas.
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