Os imponentes galpões logísticos tomam conta da paisagem de várias regiões de Cariacica, Serra, Viana e Vila Velha. Eles são a parte mais, digamos, visível de um segmento da economia capixaba que vem tendo um desempenho econômico histórico nos últimos anos: o comércio atacadista. Só nos primeiros quatro meses do ano, de acordo com o Sincades (Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor do Estado do Espírito Santo), foram abertos quase 2 mil postos de trabalho.
Além dos galpões e da geração de empregos, o pagamento de impostos deixa claro o crescimento. No primeiro trimestre de 2022, o segmento pagou R$ 731,2 milhões de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) ao governo do Estado - 17,4% do total e muito próximo do que a indústria do petróleo pagou no mesmo período (R$ 708 milhões). Dois anos depois, o cenário mudou bastante: os atacadistas pagaram, no primeiro trimestre de 2024, R$ 1,2 bilhão em ICMS e já respondem por 24,5% de tudo o que o Espírito Santo arrecada com o tributo, que é o mais relevante para os estados. A poderosa indústria do petróleo, que segue sendo muito relevante para a economia capixaba, pagou R$ 633,6 milhões. Em dois anos, o comércio atacadista viu a sua contribuição explodir 64,1%.
Os dados estão no "Receita em Foco", relatório trimestral divulgado pela Secretaria de Estado da Fazenda. "O setor aumentou a sua participação na arrecadação de ICMS em sete pontos percentuais nos últimos dois anos. O fenômeno confirma a vocação do Estado para atuar como centro de distribuição no país, tanto para a produção interna quanto para os bens importados", pontuam os técnicos da Sefaz.
Ranking de arrecadação no 1º trimestre de 2024 (por atividade fiscal):
- Comércio atacadista: R$ 1,202 bi
- Indústria do petróleo: R$ 633,6 milhões
- Comércio varejista: R$ 580,2 milhões
- Indústria: R$ 479,4 milhões
- Comércio exterior: R$ 299,2 milhões
- Energia elétrica: R$ 291,5 milhões
- Simples Nacional: R$ 201,1 milhões
- Transporte: R$ 173,4 milhões
- Café: R$ 132,4 milhões
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