Ministro da Economia no governo Jair Bolsonaro (2019-2023), Paulo Guedes veio a Vitória para um evento organizado pela UVV. A instituição de ensino tem Guedes como chanceler (uma espécie de representante e consultor qualificado). Na palestra de mais de uma hora para empresários e executivos, realizada nesta terça-feira (12), e também na entrevista para jornalistas, o ex-ministro, que estava nitidamente muito mais leve do que da última em esteve por aqui (em 26 de outubro do ano passado, a quatro dias do segundo turno das eleições presidenciais), se mostrou otimista com a economia brasileira. Claro, não por ação do atual governo, mas pela conjuntura favorável.
"O Brasil tem vantagens comparativas muito relevantes, no agronegócio e na mineração, que atendem a algumas das grandes necessidades mundiais. Claro, importante agregarmos valor a isso, mas já são vantagens muito importantes em um mundo que precisará cada vez mais de comida e que irá cada vez mais se urbanizar. Além disso, tem a transição energética global. Temos uma matriz energética muito mais limpa que a média global, vamos ajudar muito nessa transição, sem dúvida, afinal, temos vento, água e sol. Os árabes, que sabem que o petróleo será cada vez menos relevante, e os europeus, que estão em uma situação de insegurança energética, já estão investindo pesado, assim como os chineses. Os americanos também virão, o contexto é muito positivo, podemos produzir amônia e hidrogênio verde a custo bastante competitivos", enumerou Guedes, que, recentemente, abriu a YVY, gestora focada nas oportunidades abertas pela transição energética.
Ele também destacou o fato de o Brasil, em um mundo com a geopolítica cada vez mais complicada, estar perto dos grandes mercados consumidores e ser amigo de todos. "Somos uma democracia estável, temos um grande mercado interno, não temos problemas graves com ninguém e ainda somos verdes. O futuro se mostra extraordinário, está tudo preparado, mas é aí que me lembro de uma pergunta que o velho Roberto Campos sempre me fazia: 'Paulo, tem algum risco de melhorar?'".
Questionado sobre os rumos da economia sob Lula e Fernando Haddad, Paulo Guedes procurou ser diplomático. "Quero ser construtivo, acima de qualquer disputa política. Não vou ficar aqui criticando. Agora, estão reduzindo os gastos? Estão aumentando ou reduzindo impostos? Todos sabemos as respostas, o meu caminho é diferente. Mas a democracia é assim, quem quiser que pegue a senha e espere a outra eleição", finalizou, dizendo que não tem a menor intenção de voltar ao governo, "a não ser que haja uma guerra mundial".
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