A capixaba Inflor, criada em 2001 por ex-funcionários da Aracruz Celulose desafiados a gerir melhor as florestas de eucalipto do grupo, faz, hoje, a gestão de 13 milhões de hectares (quase o tamanho do Ceará) de florestas plantadas em todo o planeta. Trata-se da maior empresa do segmento no mundo. Por conta da forte pegada ambiental, já atrai a atenção de gigantes (toda hora surge uma proposta, principalmente de fora, de compra ou associação), por isso, os capixabas estão investindo em tecnologia, inovação, gestão e pretendem ir ao mercado levantar capital.
"O nosso sistema vai de ponta a ponta, em todos os processos (manutenção, manejo, medição, por exemplo) da silvicultura, inclusive na rastreabilidade. Nossa gestão tem a missão de tornar a floresta mais produtiva", explica Carlos Albuquerque, CEO da Inflor.
Com um importante legado na área, a Inflor agora luta em duas frentes para não envelhecer. "Nós chegamos até aqui por conta da nossa agilidade e inventividade, mas sabemos que essa receita pode não ser o suficiente daqui para a frente, afinal, é um mercado que já está crescendo forte e vai muito além. Temos uma atuação muito extensa, de ponta a ponta na floresta, será que teremos agilidade para desenvolver todas as novas soluções que serão necessárias? Estamos trabalhando justamente para agregar conhecimento e entregar o melhor aos nossos clientes", pontua Albuquerque.
Para isso, a companhia atua em duas frentes:
1. Criação de um marketplace da floresta - um ecossistema onde startups vão apresentar soluções para as demandas dos clientes da Inflor. O sistema da Inflor fará a ligação entre os dois. "Temos um enorme leque de clientes, quase sempre as startups não conseguem acessar eles e eles não conhecem as startups. Nosso marketplace fará o link entre oferta e demanda", assinala o CEO.
2. Colocar dinheiro em startups - a Inflor criou, recentemente, a diretoria de Alianças, cujo objetivo é encontrar empresas com potencial de serem incorporadas ao negócio. O foco é nas agritechs. "Como já disse, a cadeia é enorme, temos que trazer conhecimento para dentro do nosso negócio. Estamos dentro de clubes como o AgroVen (responsável por mapear e auxiliar na avaliação de startups) justamente com este objetivo".
A intenção dos sócios e executivos da Inflor é deixar a empresa preparada para uma rodada de captação de recursos em 2024. Nos últimos dois anos a Inflor, que deve fechar o ano com um faturamento de R$ 35 milhões, dobrou de tamanho. Em 2022, a expansão deve ficar em 40%. Sem contar com a entrada do capital, a expectativa é chegar a 2026 faturando R$ 60 milhões.
"Estamos sendo muito assediados por fundos, principalmente americanos. Mas estamos nos estruturando e estudando o melhor a fazer. A intenção é atrair um investidor que nos abra caminho na África e na Ásia", adiantou Carlos Albuquerque.
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