As linhas de produção das fábricas que utilizam o ramal ferroviário que liga a Vitória-Minas a Portocel, no litoral de Aracruz, estão sob forte pressão. Cenibra, LD Celulose e ArcelorMittal (unidade de João Monlevade) usam a ferrovia para escoar a produção. Suzano, por sua vez, recebe por ali boa parte da madeira que vai virar celulose nas plantas de Aracruz. Em todos os casos os estoques, apesar das contingências, já estão muito pressionados e os impactos na produção já estão acontecendo - seja por falta de insumos, seja por não ter onde estocar produto. Desde o dia 17 de setembro indígenas da região ocupam o ramal ferroviário. Eles querem um novo acordo para a reparação dos danos causados pelo rompimento das barragens da Samarco, em novembro de 2015.
Uma rodada de negociação está prevista para acontecer, na próxima terça-feira, dia 17. Vale e BHP Billiton, donas da Samarco, vão participar. Ou seja, na melhor das hipóteses, o fechamento vai durar um mês. Há a possibilidade de uma desocupação temporária entre esta sexta-feira (13) e o dia 17, mas nada ainda foi confirmado. Se as negociações naufragarem, a Polícia Federal, cumprindo ordem da Justiça Federal, fará a liberação no dia 24 de outubro.
Por mês, passam pelo ramal, na média, 266 mil toneladas de celulose, produtos siderúrgicos e madeira. Isso dá algo próximo de R$ 500 milhões movimentados mensalmente. No último ano, a ferrovia foi ocupada três vezes. No último episódio, o impasse levou 45 dias para ser solucionado. A insegurança jurídica e operacional leva as empresas a procurarem alternativas ao Espírito Santo.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.