A EDP, multinacional portuguesa do setor elétrico, responsável pela distribuição de energia em grande parte dos municípios capixabas, está ampliando os investimentos na transição energética. A geração de energia solar é a principal fronteira. Nos últimos dois anos, foram aportados, somente no Espírito Santo, R$ 200 milhões em 13 usinas de geração distribuída (de pequeno porte, para consumo nas proximidades). Dez estão em operação e três em construção. Nos próximos três anos, a EDP colocará mais R$ 2,3 bilhões no negócio, pelo menos R$ 230 milhões ficarão no Espírito Santo, podendo chegar a R$ 460 milhões.
"A geração de energia solar distribuída é uma atividade estratégica para a EDP. Primeiro, por conta da transição energética, que precisa ser feita. Além disso, é o tipo de negócio em que é preciso conquistar o cliente, diante de um mercado que vai mudar muito nos próximos tempos, cada vez mais aberto, aprender a conquistar o cliente é fundamental", explicou Carlos Andrade, vice-presidente de Clientes e Inovação da EDP Brasil.
Atualmente, no Brasil, a companhia tem 87 usinas solares de geração distribuída, 48 já em operação. Ao todo, são 200 MWp (Megawatt pico, momento de maior intensidade de radiação solar) em operação e 74 MWp para entrar na rede. O objetivo, até 2026, é chegar aos 530 MWp, o que demandará um investimento que ficará entre R$ 700 milhões e R$ 800 milhões por ano. No Espírito Santo, as dez usinas prontas ficam em São Mateus, Pinheiros, Sooretama, Pedro Canário e Mucurici, e somam 44 MWp (Megawatt pico, depende da intensidade da radiação).
"Estamos em busca de bons projetos, que nos deem eficiência. O Espírito Santo tem lugares com ótima incidência de raios solares e áreas planas, o Estado está entre as nossas prioridades, deve receber entre 10% (R$ 230 milhões) e 20% (R$ 460 milhões) dos investimentos que faremos até 2026. A tributação em cima da geração solar mudou no começo de 2023, os subsídios estão sendo retirados, portanto, eficiência é fundamental", assinalou Andrade.
Só em dezembro, cinco usinas entraram em operação, com capacidade instalada total de 23 MWp e investimento de R$ 106 milhões. Destes ativos, três são dedicados a grandes empresas do Espírito Santo, com contratos de longo prazo, outros dois estão voltados a atender pequenas e médias empresas, por meio do modelo de geração distribuída compartilhada. Dentro da estratégia da multinacional está ampliar a oferta da energia solar por assinatura, o EDP Solar Digital. O serviço está disponível para pessoas jurídicas com consumo acima de R$ 300 por mês. A economia mínima prevista, depende de cada acordo, é de 10% na conta de luz. O programa já está disponível nos estados do Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo.
"A geração de energia solar distribuída é o projeto mais avançado para o Espírito Santo, no momento, mas estamos observando a construção de fazendas solares de grande escala, geração de energia eólica, já temos projetos dessas duas áreas em outros estados do país, e também estudando projetos de hidrogênio verde. A EDP tem um trabalho em andamento junto com a ArcelorMittal sobre o tema", salientou Carlos Andrade.
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