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ES 500 anos: Estado não pode perder a maturidade institucional

Plano ES 500 Anos, que será lançado em 23 de maio, visa construir um caminho seguro de desenvolvimento até 2035, quando o Espírito Santo completará 500 anos

Publicado em 26/02/2025 às 19h00
Governador Renato Casagrande discursa em evento do projeto ES 500 Anos
Governador Renato Casagrande discursa em evento do projeto ES 500 Anos. Crédito: Abdo Filho

Na tarde desta quarta-feira (26) foi realizado o último encontro antes do lançamento do Plano ES 500 Anos, no dia 23 de maio, no aniversário de 490 anos da chegada de Vasco Fernandes Coutinho à Prainha de Vila Velha. Trata-se de um planejamento de longo prazo, tocado pelo Governo do Estado e pelo movimento empresarial ES em Ação, que visa construir um caminho seguro de desenvolvimento até 2035, quando o Espírito Santo completará 500 anos. Uma infinidade de temas importantíssimos estão no centro debate - educação, saúde, segurança, reforma tributária, mudanças climáticas, energia limpa, redução das desigualdades e etc -, mas, para que a sociedade capixaba consiga avançar, uma conquista lá do início do milênio, o equilíbrio institucional, que, com o passar dos anos, virou maturidade institucional, precisa ser preservada (por todos). É uma espécie de cláusula pétrea.

É comum, quando uma empresa de fora está chegando ao Estado, ouvir a seguinte frase de sócios e executivos quando questionados sobre os motivos da escolha: "O Espírito Santo tem uma relação construtiva e próxima entre setor produtivo e governos. Não é fácil encontrar este tipo de ambiente".

É claro que há uma série de problemas e, é certo, desvios de conduta espalhados Estado afora, mas, sem dúvida, as últimas duas décadas foram de construção de um edifício institucional relevante no Espírito Santo. Preservá-lo e, mais, ampliá-lo é preciso. Em novembro de 2023, na abertura do Pedra Azul Summit, evento realizado pela Rede Gazeta, Ricardo Botelho, sócio da Energisa, uma das maiores empresas do Brasil e dona da ES Gás, foi preciso:

"Não podemos achar que as coisas estão dadas, é importante sempre lembrar o que aconteceu aqui no Espírito Santo e buscar fortalecer aquilo que fez o Estado virar o jogo. Vejo no Espírito Santo um debate próximo e saudável entre poder público e setor privado. Discussões de alto nível, não estou falando de troca de favor. A partir disso, criar novas lideranças e perenizar essa boa ordem institucional, que chamo de Pax Capixaba. Venho de um Estado, o Rio de Janeiro, que merece ser observado sempre. Não é simples o que está havendo lá", disse Ricardo Botelho.

É importante lembrar aos mais novos que, na década de 90 e início dos anos 2000, o Espírito Santo enfrentou uma reunião de crises: crise ética, crise política, crise econômica e, claro, crise institucional. O governo estadual tinha três folhas em atraso, o Banestes (usado para financiar o caos) estava quebrado e empresas (algumas achacadas) fugiam daqui. Claro que, num cenário desse, saúde, educação, segurança, infraestrutura, diálogo construtivo... padeciam.

Em sua fala, nesta quarta-feira, o governador Renato Casagrande sublinhou a importância da participação da sociedade capixaba no processo. "Isso aqui (o ES 500 anos) não é uma pauta do governo, é um projeto de Estado, que depende de todos nós. Lá atrás, quando saímos de uma enorme desorganização, foi com a sociedade trabalhando em conjunto. Conseguimos atingir bons resultados na educação, nas finanças, na segurança, nas questões sociais muito por causa da nossa maturidade institucional. Mesmo em um ambiente mais radicalizado, conseguimos dialogar construtivamente, é normal ter posições diferentes. Isso não acontece Brasil e mundo afora".  

Algo de interessante foi construído, a várias mãos, em terras capixabas nos últimos anos. O futuro nos reserva a tarefa de manter o que está posto para conseguirmos seguir em evolução, avançando no que ainda precisa ser melhorado. Não é pouca coisa.  

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