A produção capixaba de café conilon, a mais relevante do Brasil (70% do total) e uma das mais importantes do mundo, será menor em 2024 na comparação com 2023. A quebra de safra já é reconhecida pelo Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV). Os números não são oficiais (aliás, a falta de dados precisos é um problema), mas exportadores e comerciantes do setor estimam uma queda entre 20% e 30%. A safra do ano passado, segundo os empresários e executivos do setor, ficou perto de 16 milhões de sacas, para 2024, não deve chegar a 13 milhões.
Trata-se de uma frustração de expectativas, afinal, a florada do conilon, no final de 2023, foi tida como espetacular e, portanto, o cenário era de que estávamos em vias de ter uma safra recorde. O problema é que o verão foi pouco chuvoso e muito quente. O resultado concreto foram plantas menos produtivas, grãos menores e de mais baixa qualidade. No ano passado, eram usados 280 litros de grãos para forrar uma saca (60 kg) de café pilado. Agora, estão sendo necessários até 360 litros.
O cenário que se vislumbra daqui para frente é, diante da escassez do produto, de manutenção dos preços em alta. A saca do conilon que, em julho do ano passado, estava valendo R$ 610,00, hoje, está cotada em R$ 1.260,00. Se a safra viesse forte como se esperava, certamente haveria uma queda nos preços, com essa quebra, a aposta, agora, é de manutenção firme destes patamares mais altos de preços e com viés de alta.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.