Será apresentado nesta sexta-feira (26), no auditório da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), o Atlas Eólico Onshore (em terra) e Offshore (no mar) do Espírito Santo. O resultado do estudo bancado pelo governo da Alemanha e pela União Europeia surpreendeu positivamente. O documento é a revisão de um estudo apresentado em 2009.
O resultado é uma expansão exponencial do potencial identificado no Espírito Santo: muito superior ao identificado há 13 anos, que era de 4,7 gigawatts (GW) por ano. O potencial eólico identificado no Estado supera os 140 mil gigawatts de capacidade de geração anual.
O que explica uma diferença tão grande? Novas tecnologias de medição, novas tecnologias de geração e mais áreas mapeadas. Na avaliação de quem acompanhou de perto a produção do documento e que sabe bem o que pode vir a partir da publicação do material, o resultado foi além do esperado, revelando um grande potencial de geração de energia limpa e atração de grandes investimentos.
Os europeus colocaram dinheiro no estudo porque necessitam de energia limpa e sabem que o Brasil tem tudo para ser uma fonte perene. A energia gerada a partir do vento, junto com a solar, é a chave para a obtenção do hidrogênio verde, aposta mundial para reduzir a emissão de gases tóxicos. A Europa tem o compromisso de reduzir em 55%, até 2030, as suas emissões de gases de efeito estufa.
A região Sul do Estado é uma grande aposta para a geração de energia eólica no mar. O Estado possui quatro projetos de complexos eólicos offshore com processo de licenciamento ambiental aberto no Ibama. O aporte é na casa de bilhões de dólares. O problema é que o Ibama sinalizou que não vai conceder nenhuma licença antes que as regras do jogo estejam estabelecidas. O governo federal ficou de definir como será feita a cessão de uso do espelho d'água até dezembro. É o que os investidores esperam.
Os empreendedores que já apresentaram os projetos no Espírito Santo e agora aguardam uma definição por parte do governo federal são: Votu Winds, Geradora Eólica Brigadeiro II, Bluefloat Energy do Brasil e Shell.
O hidrogênio é um dos elementos mais abundantes da natureza, só que ele não é encontrado naturalmente disponível para ser usado como combustível. Por isso, precisa ser produzido a partir de processos, a chamada eletrólise, que isolam a molécula de hidrogênio. Este processo de isolamento é que determina se o hidrogênio será limpo ou não. Se as matrizes para a realização da eletrólise forem renováveis (eólica e solar são), o hidrogênio é considerado uma energia limpa, o chamado hidrogênio verde. O hidrogênio pode ser transportado em navios, é o que os europeus e todo o resto do planeta estão querendo.
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