Os últimos meses têm sido de boas notícias para o Espírito Santo no mercado de geração de energia renovável - principalmente eólica e solar. Bancado pela União Europeia e pelo governo da Alemanha, o Atlas Eólico Onshore e Offshore do Espírito Santo, lançado no final de agosto, demonstrou um potencial muito significativo. Os europeus sabem disso, estão precisando muito de novas fontes geradoras (principalmente depois do início da guerra na Ucrânia) e estão dispostos a investir o dinheiro que for necessário para saírem da atual crise energética e alcançarem o objetivo de serem carbono neutro em 2050, mas alertam para a necessidade de criação de demanda interna, no Brasil, para que o novo ciclo seja iniciado.
O recado foi dado no lançamento do Atlas Eólico, em 26 de agosto, que contou com representantes da União Europeia e do governo alemão, e vem sendo reforçado, em rodas menores, por empresários e executivos europeus com negócios no Espírito Santo. Eles estão vendo de perto o drama de uma Europa sem o gás necessário para aquecer sua população às vésperas do sempre rigoroso inverno. A guerra reduziu a oferta russa e fez disparar os preços do combustível no mundo todo.
Na visão deles, Brasil e Espírito Santo têm tudo para se beneficiarem bastante do cenário, agora e no longo prazo, mas precisam começar a fazer a coisa andar. O incentivo à aplicação do hidrogênio verde por parte da indústria (e o Espírito Santo tem grandes players), e do próprio gás natural, é o que mais tem sido pedido e é uma grande fonte de preocupação. Na visão deles, o negócio só vai começar a andar e, consequentemente, chegará à escala que os europeus necessitam se a indústria local começar a descarbonizar, a consumir e a demandar energia limpa. Se a indústria, que é a grande consumidora mundial de energia, não quebrar o ciclo, não vai andar.
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