A União Europeia irá implantar, agora em 2024, profundas mudanças regulatórias sobre a importação de produtos alimentícios. Grandes exportadores, caso do Brasil, estão se movimentando para mostrar que mantêm boas práticas, afinal, estamos falando de um dos grandes mercados consumidores do planeta, ao lado de Estados Unidos e China. Perder espaço ali definitivamente não é um bom negócio. Os europeus querem saber, por exemplo, se o produto vem de área desmatada, que tipo de química foi usada na produção, como são as relações de trabalho, se tudo isso tem rastreabilidade... É fundamental conversar, aprender, corrigir eventuais erros e mostrar o que está sendo feito por aqui.
Nesta próxima semana, empresários, dirigentes de entidades e representantes de governos estarão na Europa para mais uma rodada de negociações e apresentações. Acontece em Genebra, na Suíça, nos dias 21 e 22 de setembro, o Swiss Coffee Forum & Dinner, um dos mais importantes eventos mundiais do setor. O encontro é organizado pela Associação Suíça de Comércio de Café, entidade que representa as empresas que movimentam um volume superior a 50% das exportações globais de café verde. O secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli, e o subsecretário de Desenvolvimento Rural, Michel Tesch, irão ao evento suíço e também serão recebidos pela Organização Internacional do Café (OIC) e pela Representação Permanente do Brasil junto aos Organismos Internacionais (Rebraslon), em Londres.
"A visita acontece em um momento importante para o mercado de café mundial, sobretudo pelas novas regras de importação da União Europeia, que está cada vez mais exigente com os critérios de sustentabilidade. Na reunião que será realizada na OIC, serão debatidos novos impactos regulatórios para a exportação do café capixaba e os rumos da cafeicultura mundial", explicou Enio Bergoli.
As trocas têm sido constantes. No final de maio, uma missão estrangeira, com representantes da indústria norte-americana de café e da Organização Internacional do Café, rodaram as regiões produtoras de conilon e arábica aqui do Estado e saíram com uma boa impressão. "Estou impressionado com o poder das cooperativas e das associações de produtores. Pude observar um trabalho de qualidade, com sustentabilidade. Minha missão vai ser levar para Washington o que eu vi na cadeia do café do Espírito Santo, os reguladores precisam conhecer esse modelo", disse na oportunidade William Murray, CEO da National Coffee Association USA, entidade que representa a indústria norte-americana do café, que emprega mais de dois milhões de pessoas.
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