Maiores exportadoras de rochas ornamentais do Brasil, as empresas do Espírito Santo venderam US$ 1,05 bilhão para o mercado externo em 2022. O número é 5,9% inferior ao registrado em 2021, que foi o melhor ano da série histórica. O Estado responde por 82% do faturamento brasileiro no setor (o Brasil exportou US$ 1,28 bi em 2022, 4% a menos que no ano anterior). Os números foram levantados e compilados pelo Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais (Centrorochas).
O problema, de acordo com Centrorochas e com o Sindicato das Indústrias de Rochas Ornamentais, Cal e Calcários do Estado (Sindirochas), se deu no último trimestre do ano passado. Os primeiros seis meses de 2022 foram muito bons, com expansão de 8,4% nas vendas. "Enfrentamos muitos desafios como a complexidade logística, alta no valor do frete marítimo, principais clientes com estoque abastecido e, claro, a concorrência com os materiais artificiais. Os números do último trimestre de 2022 apontaram uma expressiva retração nas exportações, podendo haver ainda reflexos no primeiro bimestre de 2023. Ainda assim, temos a expectativa de que o mercado venha a reagir”, assinala o presidente do Centrorochas, Tales Machado.
“Entendo que uma série de fatores contribuíram para tal resultado. Juntam aos já mencionados a queda na atividade econômica em nossos principais mercados e o redirecionamento de recursos para aquisição de materiais concorrentes que estavam com a indicação de elevação de carga tributária em curto prazo”, aponta Ed Martins, presidente do Sindirochas. Em 2022, Estados Unidos, China e Itália representaram, respectivamente, 58%, 13% e 8% do total das exportações do país.
Diante da forte concorrência imposta por materiais artificiais fabricados na Ásia, os empresários apostam em ações para ampliar o mercado lá fora. Em breve será lançado o projeto "It's Natural - Brazilian Natural Stone", desenvolvido pelo Centrorochas em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
As feiras também receberão atenção especial. A começar pela Vitória Stone Fair, que voltará a ser realizada, entre 7 e 10 de fevereiro, depois de dois anos (por causa da pandemia) sem o evento. A expectativa é de que mais de R$ 1 bi em negócios sejam gerados durante o evento. “O Brasil é destaque há anos como o principal exportador de pedras naturais do mundo, a feira, por ajudar a mostrar esse portfólio, é um gerador de negócios”, afirma Flavia Milaneze, CEO da Vitória Stone Fair.
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