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Fábrica de biocombustível vai investir R$ 250 milhões na ZPE de Aracruz

A BiomassTrust é uma startup fundada no hub da Universidade de Harvard que utiliza pó de serra oriundo de serrarias para fabricar pellets de madeira

Publicado em 15/04/2025 às 03h50
Vista aérea do terreno de 500 mil m² que receberá a ZPE de Aracruz
Vista aérea do terreno de 500 mil m² que receberá a ZPE de Aracruz. Crédito: Divulgação/BiomassTrust

A fabricante de biocombustível BiomassTrust é o segundo investimento confirmado na Zona de Processamento das Exportações de Aracruz, a primeira ZPE privada do Brasil. O primeiro a ser confirmado foi a nova fábrica da Imetame Pedras Naturais, que atua no setor de rochas ornamentais. A BiomassTrust é uma startup fundada no hub da Universidade de Harvard que utiliza pó de serra oriundo de serrarias para fabricar pellets de madeira (combustível usado em larga escala em aquecedores de ambientes de pequeno e médio portes).

E onde está a inovação? O idealizador da empresa, o brasileiro Javier Farago Escobar, de 39 anos, desenvolveu uma fórmula para extrair da madeira a alta concentração de cloro - elemento tóxico e proibido na Europa, por exemplo. "Nós patenteamos o processo e conseguimos autorização para uso em mercados como o europeu, que é o nosso foco primário e o asiático. A alta concentração de cloro é algo natural nas florestas tropicais, mas, durante as reações químicas do processo de queima, surge um elemento que é tóxico e, por isso, é proibido por agências do mundo todo. Nossa empresa tem a fórmula para retirar este elemento tóxico e já tem a autorização para fazer a venda", explicou Escobar.

De posse da tecnologia e das autorizações para exportar a produção, o empreendedor foi atrás de parceiros para construir a fábrica de pellets. O Espírito Santo foi escolhido como local ideal. "Temos matéria-prima em abundância - que é o pó de serra das serrarias -, portos e, agora, a ZPE. A nossa produção vai ser totalmente voltada para a Europa, portanto, encontramos o ambiente perfeito para a nossa fábrica. Assim que a ZPE estiver instalada e o nosso processo licenciado, iniciaremos as obras".

Escobar ainda está fazendo os estudos de mercado, mas o aporte inicial será de pelo menos R$ 30 milhões, podendo chegar aos R$ 60 milhões. Em quatro anos, contados a partir da inauguração, os investimentos chegarão aos R$ 250 milhões. "Ficaremos em uma área de 40 mil m² na ZPE, na primeira fase fabricaremos entre 60 mil e 120 mil toneladas de pellets. Na plena capacidade do que está planejado chegaremos a 480 mil toneladas por ano. Nós temos espaço, e o Espírito Santo tem matéria-prima, para 1 milhão de toneladas. Hoje, a Europa consome 20 milhões de toneladas de pellets por ano".

Os estudos mostraram que, além de não liberar elementos tóxicos a partir do cloro, o biocombustível a ser produzido no Estado produz mais calor e libera menos cinzas, portanto, trata-se de um produto de mais valor agregado. 

Perspectiva do maquinário que será montado na fábrica de pellets
Perspectiva do maquinário que será montado na fábrica de pellets. Crédito: Divulgação/BiomassTrust

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