A Hipermix Concretos, de São Paulo, vai inaugurar, no dia 7 de agosto, a Vittoria Cimentos, fábrica de cimento construída dentro da área da Marca Ambiental, em Cariacica. A companhia vai utilizar como matéria-prima principal os resíduos recolhidos pela Marca, empresa que dá destinação a cerca de 50% de todo o lixo recolhido no Espírito Santo. Assim, a emissão de dióxido de carbono (responsável pelo aquecimento global) da produção capixaba ficará 70% abaixo do registrado quando a matéria-prima é o tradicional calcário, que é de uma tonelada de CO2 para cada tonelada de cimento produzido. Por aqui, será de 300 toneladas de CO2 para cada tonelada do produto final.
O que será entregue em agosto é a primeira fase do empreendimento. Um aporte de R$ 45 milhões em uma fábrica com capacidade para 100 mil toneladas de cimento por ano. Em 2025, será iniciada a segunda fase: investimento de mais R$ 71 milhões e ampliação da capacidade para 300 mil toneladas/ano. Portanto, serão colocados R$ 116 milhões no negócio.
"Optamos por vir para dentro da Marca Ambiental por alguns motivos. Nossa matéria-prima, em princípio, será a escória que vem da produção de aço da ArcelorMittal Tubarão, o resíduo que fica do polimento de rochas ornamentais e pedras trituradas, que é o lixo da construção civil. Tudo isso está disponível dentro da Marca, estou dentro do meu fornecedor, excelente do ponto de vista logístico. Além disso, estamos vindo para um Estado organizado, amigável com o empreendedor e muito bem localizado geograficamente. Estamos muito animados com o início das nossas operações por aqui", disse Márcio Loucatelli, CEO da Hipermix.
O executivo disse que vai investir pesado para encontrar e validar novos resíduos como matéria-prima para a indústria cimenteira. "Essa fábrica foi montada para trabalhar com resíduos, portanto, será muito produtiva e eficiente do ponto de vista ambiental. Não tem adaptação. Por isso, estamos estudando mais 20 tipos de resíduos que já estão disponíveis dentro da Marca para podermos utilizar como matéria-prima. É um trabalho longo, exige muitos estudos de resistência e durabilidade, afinal, estamos falando de concreto. O que posso dizer é que estamos caminhando e que, em quase todas as situações, os estudos apontam que a durabilidade é ampliada quando usamos os resíduos". A indústria cimenteira é responsável por 8% das emissões globais de gases tóxicos.
Harley Ribeiro, sócio do Grupo Marca, comemorou a chegada da Vittoria Cimentos ao ecossistema da Marca Ambiental. "Temos aqui na empresa uma série de outras empresas que têm sinergia com o nosso negócio, que utilizam como matéria-prima aquilo que recolhemos nas ruas e nas indústrias. A chegada de uma cimenteira desse porte é uma conquista importante, mostra que a estratégia está correta".
A expectativa é de que 30% da produção fique dentro do Espírito Santo e 70% vá para São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais.
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