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Ferrovia Centro-Atlântica: após costura, ES apresenta nova proposta à ANTT

Espírito Santo, visando trazer carga para seus portos, defende a construção do contorno ferroviário da Serra do Tigre, na região do Triângulo Mineiro, mas, agora, apresentou proposta para o Norte e Noroeste mineiro

Publicado em 30/10/2024 às 03h50
Vports
Vports revitaliza estrutura ferroviária e de galpões no complexo portuário . Crédito: Carlos Alberto Silva

O governo do Espírito Santo apresentou, nesta terça-feira (29), à Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) uma proposta alternativa de investimento dentro do debate sobre a renovação antecipada da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), hoje sob administração da VLI Logística, que pretende continuar no negócio. O Estado segue defendendo a construção do contorno ferroviário da Serra do Tigre (na região do Triângulo Mineiro) como plano A para trazer mais cargas do Brasil Central para os portos capixabas, mas, apresentou um plano B: a construção de um ramal rumo ao Norte/Noroeste de Minas, onde está havendo uma grande expansão do agronegócio.

"Nossa defesa principal segue sendo a Serra do Tigre. Toda a argumentação técnica está no documento apresentado, mas, depois de muita conversa e estudos, inclusive com a participação de engenheiros e técnicos da VLI, chegamos a esta nova possibilidade. Na Serra do Tigre, o foco está nas cargas do Triângulo Mineiro e entorno, nesta nova proposta, a ideia é trazer a produção do Norte e Noroeste mineiro, que está em expansão. A variante da Serra do Tigre é uma ferrovia de 360 quilômetros, na segunda possibilidade apresentada, estamos falando de um ramal de cerca de 100 quilômetros, que sairia por R$ 2 bilhões. Ou seja, um investimento menor, mas que trará carga, não no mesmo volume, mas trará", explicou o vice-governador e secretário de Desenvolvimento do Estado, Ricardo Ferraço, que está à frente das negociações pelo governo capixaba.

Nos exercícios feitos pelos técnicos da VLI e do governo do Estado, as intervenções propostas, que também incluem a construção de novos terminais intermodais de captação de cargas, trariam 10 milhões de toneladas a mais por ano. Hoje, o Corredor Leste da VLI, que utiliza os portos do Estado, movimenta algo próximo a 5 milhões de toneladas por ano. "É uma proposta feita a quatro mãos (em parceria com a VLI), agora, a ANTT fará o seu julgamento, entretanto, consideramos que trata-se de algo irrecusável. Está dentro do orçamento já proposto, está em linha com os desejos de Minas Gerais e atende o Espírito Santo", assinalou Ferraço.

No mesmo pacote entrou uma solicitação de modernização do ramal Piraqueaçu - entre João Neiva e Barra do Riacho (Aracruz). "Trata-se de um investimento cruzado, já que o ramal está dentro da Vitória-Minas, que é administrada pela Vale (a FCA, da VLI, conecta-se à Vitória-Minas em Belo Horizonte e vem para o Espírito Santo). Para que a carga do Brasil Central chegue aos portos de Aracruz com eficiência, precisamos retificar Piraqueaçu. Um investimento de R$ 500 milhões. Portanto, o nosso pleito total fica em R$ 2,5 bilhões, o que é muito adequado".

A VLI se comprometeu a investir R$ 9,7 bilhões no Corredor Leste (que vem para o Estado) caso renove a concessão por mais 30 anos. O investimento em toda a FCA (que corta oito estados e possui mais de 7 mil quilômetros) pode chegar aos R$ 30 bilhões em vagões, locomotivas e vias permanentes.

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