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Ferrovia: presidente da Vale virá ao ES conversar com Casagrande

Reunião entre Gustavo Pimenta e o governador está marcada, em princípio, para abril, no Palácio Anchieta. Capixabas estão insatisfeitos com a mineradora no projeto do ramal Sul da Vitória-Minas

Publicado em 19/03/2025 às 15h40
Presidente eleito, Gustavo Pimenta é vice-presidente executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale desde 2021
Gustavo Pimenta assumiu a presidência da Vale em outubro do ano passado. Crédito: Vale/Divulgação

Gustavo Pimenta, CEO da Vale, e Renato Casagrande, governador do Espírito Santo, terão um encontro em abril, no Palácio Anchieta, para discutir principalmente o andamento do projeto para a construção do ramal Sul da Ferrovia Vitória-Minas, que irá de Santa Leopoldina ao Porto de Ubu, em Anchieta. Na visão do governo estadual, o trabalho, fundamental para a logística do Estado, não está andando na velocidade em que poderia. Nesta terça-feira (18), o vice-governador, Ricardo Ferraço, fez duras cobranças e disse que a "Vale precisa ser enquadrada".

A insatisfação vem há algum tempo, mas a coisa vem piorando. A gota d'água se deu em conversas recentes mantidas por Casagrande e Ferraço junto ao Ministério dos Transportes e Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT). Uma série de estudos e documentações de responsabilidade da Vale, que já poderiam estar nas mãos dos técnicos dos órgãos reguladores, ainda não foram protocolados, isso acaba atrasando, por exemplo, o início das desapropriações. Serão mais de 700 ao longo do percurso de pouco mais de 80 quilômetros.

Na visão dos capixabas, o processo deveria ter sido acelerado principalmente em janeiro, quando Vale e governo federal fecharam a renegociação das concessões antecipadas de Carajás e Vitória-Minas, com o combinado de que a mineradora faria o ramal para Anchieta e, fundamentalmente, a partir de fevereiro, quando o Ministério dos Transportes fez o comunicado à ANTT de que haveria o investimento adicional. Mesmo que o trabalho da ANTT vá até outubro, quando deve sair a atualização do contrato de concessão, o trabalho poderia estar sendo adiantado em paralelo.

"Houve um compromisso da empresa em fazer esse ramal e isso não se concretiza. Estamos pedindo ao governo federal para tomar providências para que a obra aconteça. O Estado ficou com muita expectativa dessa obra pelo compromisso público da Vale e do governo federal. Vamos cobrar da Vale para que não protele mais", disse Renato Casagrande.

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Em meados de 2023, em encontro público realizado no Palácio Anchieta, diretores da Vale apresentaram um cronograma de trabalho com as seguintes datas: julho de 2025, licenciamento e desapropriações entregues; julho de 2030, ferrovia pronta. Diante do não cumprimento, pelo menos do primeiro prazo, Ricardo Ferraço disparou, nesta terça-feira. “A Vale precisa cumprir a sua palavra. Nos foi apresentado um cronograma e os prazos não foram honrados. Estamos na expectativa de que o governo federal, responsável pela concessão, enquadre a Vale. A Vale precisa ser enquadrada”.

Se nenhuma intercorrência acontecer até lá, o encontro de abril marcará a primeira visita do CEO da Vale, Gustavo Pimenta, ao Espírito Santo desde que assumiu a companhia, em outubro do ano passado. Grande parte da infraestrutura logística (trecho da Vitória-Minas e o Porto de Tubarão) e industrial (seis pelotizadoras, uma usina de briquete em operação e outra para inaugurar) da mineradora ficam no Estado.

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