Até o final do mês de agosto será divulgado o Atlas Eólico do Espírito Santo. O documento vai esmiuçar o potencial de geração de energia a partir do vento offshore (no mar) e onshore (em terra). Já se sabe que o potencial é bastante promissor, não por acaso o documento foi todo financiado pelo governo da Alemanha e pela União Europeia. A energia gerada a partir do sol e do vento é a chave para a obtenção do hidrogênio verde, aposta mundial para reduzir a emissão de gases tóxicos.
Importante lembrar que a Europa tem o compromisso de reduzir em 55%, até 2030, as suas emissões de gases de efeito estufa. Para isso, precisa encontrar soluções e vai investir pesado onde houver potencial. A guerra da Ucrância apenas reforçou este cenário e deu uma pitada a mais de senso de urgência. O Brasil é um player importante no mundo e, no país, o Espírito Santo aparece numa posição muito boa, principalmente na geração de energia eólica no mar. A região Sul, onde hoje estão as maiores plataformas de petróleo, tem um potencial enorme.
"O hidrogênio verde já está acontecendo e o Espírito Santo tem muito para oferecer. Temos muito potencial solar e eólico, fundamentais para a produção do hidrogênio verde, que pode ser exportado por navio. É o que os europeus e todo o planeta estão querendo", explicou Rachel Freixo, subsecretária de Competitividade do Estado. Ela participou de um painel sobre Energia Renovável realizado durante a MecShow 2022.
O Estado possui quatro projetos de complexos eólicos offshore com processo de licenciamento ambiental aberto no Ibama. Os números ainda não foram divulgados, mas o aporte é na casa de bilhões de dólares. O problema é que o Ibama sinalizou que não vai conceder nenhuma licença antes que as regras do jogo estejam estabelecidas. O governo federal ficou de definir as regras de cessão de uso do espelho d'água até dezembro. É o que os investidores esperam.
Os empreendedores que já apresentaram os projetos no Espírito Santo e agora aguardam uma definição por parte do governo federal são: Votu Winds, Geradora Eólica Brigadeiro II, Bluefloat Energy do Brasil e Shell.
O hidrogênio é um dos elementos mais abundantes da natureza, só que ele não é encontrado naturalmente disponível para ser usado como combustível. Por isso, precisa ser produzido a partir de processos, a chamada eletrólise, que isolam a molécula de hidrogênio. Esse processo de isolamento é que determina se o hidrogênio será sustentável ou não. Se as matrizes para a realização da eletrólise forem renováveis (eólica e solar são), o hidrogênio é considerado uma energia limpa.
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