O mandato da diretoria da Federação das Indústrias do Espírito Santo, comandada por Cris Samorini, será ampliado em mais um ano, até julho de 2024. A assembleia geral extraordinária que vai referendar a decisão acontece na próxima semana, mas, após a orientação do Conselho de Administração da entidade pela ampliação, foi chamada, na manhã desta terça (24), uma reunião com os 32 sindicatos aptos a votar na assembleia. A aprovação foi por unanimidade. Após a reunião, os participantes assinaram uma carta referendando a decisão, já que, oficialmente, a decisão, que não está prevista no estatuto, só pode ser tomada em assembleia geral.
Assim como os conselheiros, os presidentes de sindicato entenderam que o movimento era necessário por conta da pandemia do coronavírus, que pegou a totalidade da gestão Cris Samorini (ela assumiu em julho de 2020, a pandemia foi decretada em março). A intenção é entregar, até o meio do ano que vem, os projetos que tiveram seu andamento prejudicado pela pandemia, principalmente os voltados para educação, inovação e tecnologia.
"O conselho da Findes e os sindicatos entenderam que tivemos um mandato de entregas, mas que foi muito tomado pela agenda da pandemia. Vários projetos importantes, que já nasceram, mas ainda não frutificaram, poderiam acabar prejudicados com uma mudança de comando, por isso entenderam que a continuidade, via extensão de mandato, era o melhor caminho. O Conselho de Administração deu a orientação, a gestão, sob meu comando, aceitou e os sindicatos referendaram por unanimidade", explicou Samorini. "Pelo mesmo motivo foram ampliados os mandatos na CNI (Confederação Nacional da Indústria) e nas federações do Ceará e Rio Grande do Sul". Na CNI, a extensão do mandato de Robson Andrade foi questionado judicialmente pela federação de Minas Gerais.
Outro ponto que pesou na decisão é o tempo de mandato: três anos. De acordo com Cris Samorini, já havia um consenso de que precisava de um ano a mais, tendo em vista que na gestão de Leo de Castro (2017-2020) o estatuto mudou e foi vedada a possibilidade de reeleição, mas o tempo de mandato seguiu em três anos. "Normalmente havia uma reeleição, portanto, essa questão do tempo não era um problema. Como a reeleição acabou, apareceu a questão de três anos de mandato ser pouco tempo. Faremos a mudança de estatuto para que o próximo presidente tenha quatro anos de mandato, sem reeleição. Não queremos reeleição na Findes, isto é ponto pacífico".
Questionada sobre o momento da prorrogação, quando Brasília ferve por conta de atos e ações antidemocráticas, a dirigente afirma que o contexto da Federação das Indústrias do Espírito Santo é muito diferente. "Vejo uma longa distância, não estamos aqui falando de um projeto de perpetuação no poder e que está atropelando as demais forças. É um debate sobre a continuidade de projetos importantes para a indústria capixaba. Claro que todos pensamos de maneira diferente, mas a decisão contou com o apoio da totalidade dos sindicatos aptos a votar para presidente da Findes. Não teve atropelo, teve muita conversa", argumentou.
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