Os exportadores de rochas ornamentais do Espírito Santo estiveram com executivos da MSC (Mediterranean Shipping Company), gigante global do transporte marítimo de contêineres, em busca de uma solução para os altos preços de frete. Uma carta foi enviada segunda-feira (17) à companhia para formalizar o descontentamento.
A grande reclamação é que em alguns lugares do mundo, caso da Índia - que também é um grande exportador de pedras -, os valores já caíram, enquanto que no Brasil os preços estão pouco abaixo dos níveis praticados durante a pandemia, quando o valor do transporte explodiu em todo o mundo.
De acordo com o Centrorochas (Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais), o preço do frete, que durante a pandemia chegou a bater em US$ 10 mil por contêiner, está em US$ 3,5 mil na Índia. Enquanto isso, no Brasil, está em US$ 8,5 mil. "Isso tira a nossa competitividade. Os indianos também produzem materiais básicos, cujo metro quadrado custa, em média, US$ 15. Com essa diferença no frete, nosso material fica US$ 12,50 mais caro que o deles, ou seja, quase o dobro. Estamos perdendo mercado com essa diferença", explicou Tales Machado, presidente da entidade. Os valores se referem ao transporte para os Estados Unidos, grande comprador mundial de rochas ornamentais.
Os executivos da MSC, armador que atende majoritariamente os exportadores de rochas do Brasil, disseram que o setor ainda está desequilibrado por conta da pandemia, mas que os preços vão cair, assim como já aconteceu na Ásia. Eles se comprometeram a levar o assunto a Genebra, na Suíça, sede da multinacional, e a tentar agilizar uma solução.
No ano passado, o setor de rochas brasileiro exportou US$ 1,34 bilhão - 81% saiu do Espírito Santo e 62% do material vendido teve os Estados Unidos como destino.
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